Arquipélago usado para recrutamento e treino de terroristas. Crescimento do islamismo é "preocupação" das autoridades, que prometem "toda a firmeza"
O Governo cabo-verdiano admite a possibilidade da existência de elementos ligados às redes terroristas Boko Haram e AQUIM (Al-Qaeda no Magreb Islâmico) no arquipélago.
Segundo uma nota publicada no Boletim Oficial, esta sexta-feira o país poderá estar a ser usado para trânsito, refúgio, recrutamento e treino de grupos terroristas e o crescimento da comunidade islâmica é um "fator de preocupação", na medida em que sempre existe a "possibilidade" de alguns aderirem e promoverem a ideologia radical. "A situação geográfica e a fraca capacidade institucional de Cabo Verde no combate ao fenómeno, a manifesta invisibilidade do país nesta matéria, aliada a outros fatores de risco internos e externos, apresentam potenciais ameaças no que diz respeito à utilização do arquipélago para trânsito, refúgio, recrutamento e o próprio treinamento de grupos terroristas".
No documento governamental, o executivo de José Maria Neves adianta também que existem "alguns indícios" a esse respeito, transmitindo "mensagens ofensivas à cultura ocidental". Embora Cabo Verde nunca tenha sido alvo de ataques terroristas, o Governo admitiu que "existem indícios de possíveis ameaças resultantes de grupos radicais que operam no país". "Foram detetadas deficiências em matéria de monitorização de acesso e circulação em território cabo-verdiano de indivíduos que poderiam estar ligados ao terrorismo (incluindo AQIM e Boko Haram)". Mesmo com o "baixo risco" de se perpetuar atos terroristas no país, o executivo cabo-verdiano entendeu que "não deve ser descartada a ocorrência" de tais atos, devido ao modus operandis dos grupos terroristas, "que têm na sua lista de potenciais alvos os hotéis e as representações diplomáticas".
Em Setembro de 2013, o primeiro-ministro cabo-verdiano garantiu que não havia qualquer atividade ou informação de atuação de grupos radicais ou fundamentalistas em Cabo Verde, salientando que o país é "seguro, de paz e tolerante". Ainda assim, José Maria Neves garantiu que estavam a ser tomadas medidas de prevenção e que o Governo atuará "com toda a firmeza" contra grupos radicais e fundamentalistas que queiram instalar-se no arquipélago.
http://www.rtp.pt/rdpafrica/index.php?t=Governo-admite-presenca-de-membros-da-Al-Qaeda-e-Boko-Haram-em-Cabo-Verde.rtp&article=2868&visual=6&tm=10&headline=16
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