Os atos de violência que se têm registado na Guiné-Bissau com "absoluta impunidade" estão a criar um ambiente que pode levar à "instalação do caos" no país, advertiu hoje o Partido de Unidade Nacional (PUN) guineense.
"Os atos de violência que atualmente fazem parte do nosso quotidiano e pelos quais os seus autores beneficiam da mais absoluta impunidade, estão a criar um ambiente propício à instalação do caos na Guiné-Bissau", refere o partido, em comunicado.
Segundo o PUN, a "normalização" daquele tipo de atuação é "semelhante ao que em outros países africanos conduziram à instalação da desordem generalizada".
No comunicado, o partido condena igualmente o "ato ignóbil" e "inadmissível em democracia" contra o deputado guineense Agnelo Regala, que vem "manchar, mais uma vez, a imagem" da Guiné-Bissau.
Agnelo Regala, que é líder do partido União para a Mudança, foi vítima de um ataque, no sábado, junto à sua residência, no centro de Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos contra si.
O partido sublinha também que de há dois anos a esta parte todos os ataques perpetrados por "forças ocultas" contra cidadãos, líderes políticos, ativistas, profissionais da comunicação e instalações do Governo têm sido qualificadas "sistematicamente pelo Ministério do Interior" como "atos isolados".
"É mais do que tempo de mudar de linguagem e de requalificar estes atos e métodos por aquilo que são: violência e terror", salienta o partido, recordando que o Ministério do Interior é o departamento do Governo responsável pela segurança individual e coletiva dos guineenses.
"Contudo, o seu responsável máximo, o ministro do Interior, tem sido incapaz em cumprir a sua missão, revelando uma incompetência notória na realização do mandato que lhe foi atribuído pelo Governo e pelo Presidente da República", disse.
Para o PUN, é evidente que o ministro do Interior deve ser "constrangido pelos seus superiores hierárquicos a demitir-se, sob pena de os mesmos assumirem a responsabilidade total pelos atos de violência que estão a ser cometidos diariamente".
O partido exige também uma investigação rigorosa, que permita deter e apresentar os responsáveis a julgamento, "não obstante ter a clara consciência de que, face à inoperância da justiça na Guiné-Bissau, possa parecer mera retórica".
Conosaba/Lusa
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