O candidato à liderança da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Januário Correia, prometeu “elevar” o nível da advocacia caso seja eleito Bastonário da Ordem dos Advogados, imprimindo à organização a disciplina, o rigor, a união e a solidariedade para atingir a meta da justiça.
“A nossa candidatura irá aprimorar a união entre os confrades, solidariedade ou cooperação no âmbito do exercício da profissão e a justiça como a nossa essência e missão, visando demonstrar a proficiência e a nobreza da advocacia na Guiné-Bissau, para a construção duma sociedade mais justa, livre e plural, em defesa e consolidação do Estado democrático de direito, pelo acesso à justiça e pela proteção dos direitos humanos”, disse.
JANUÁRIO REALÇA A SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE ADVOGADOS NA DIREÇÃO CESSANTE
O advogado disse ter consciência que o país precisa de um bastonário capaz e que, se for eleito, trabalhará para conseguir ser o “polo da união” para garantir a unidade entre os advogados.
“Preenchi estes requisitos que construí durante toda a carreira da minha vida e quero capitalizar mais a imagem da organização para beneficiar a sociedade guineense”, declarou Januário Correia.
Correia falava na entrevista ao Jornal O Democrata, com objetivo de apresentar o projeto da sua candidatura ao cargo de Bastonário da Ordem dos Advogados, denominada de “Lista Verde- Fénix”.
Na entrevista, Januário Correia revelou que passou seis anos a estudar a forma como pode gerir a ordem no sentido de rentabilizá-la em benefício dos advogados, tirando partido da sua participação no processo da transformação jurídica e judiciária vigente no país.
Segundo explicação de Correia, a sua candidatura assume um papel fulcral na perspetivada viragem da página e do paradigma na gestão, organização e disciplina da profissão, apoiado nesta empreitada pelos “ilustres e experientes” colegas advogados, desde a mais antiga à nova geração da advocacia guineense.
“Os advogados devem ser valorizados na nossa sociedade, mas para que aquilo aconteça é preciso os advogados representarem bem e com toda a dignidade o seu cliente. Por exemplo, não é digno um advogado receber o seu cliente debaixo (sob uma/ à sombra de) de uma árvore, isto é um dos estados das coisas que vou mudar se me for confiada a liderança da ordem pelos associados no ato eleitoral”, explicou o candidato.
O causídico, que é o vice-bastonário da direção cessante liderada por Basílio Sanca, enfatizou que a direção cessante teve várias realizações durante seis anos de mandato, com ênfase no capítulo de formação dos seus associados, resolvendo a insuficiência no exercício da profissão.
“Essa ação de formação destinada aos advogados estancou a entrada, sem controlo, na profissão da advocacia e sem as mínimas qualidades”, disse, tendo sublinhando que, nos últimos seis anos, em média, foram admitidos mais de 20 advogados por ano.
Correia faz parte da direção cessante que foi muito criticada pela classe e um grupo da sociedade guineense, sobretudo pela forma como geriu a contenda com a Presidência da República sobre a sede da organização. Confrontado com a situação, Januário Correia salientou que a gestão da ordem foi sempre colegial durante o mandato de Basílio Sanca.
“Não tenho de memória de um outro escândalo onde se meteu, mas no caso da perda da sede, o Basílio Sanca foi a própria vítima, porque foi privada do seu local de trabalho e nós, os advogados, fomos humilhados, por isso é preciso unimo-nos todos à volta da classe e deixarmos de apontar o dedo para responsabilizar uma única pessoa”, disse.
Embora fizesse parte da direção cessante da ordem, o candidato à liderança da Ordem dos Advogados disse acreditar que as críticas sobre a gestão quotidiana da organização, sob liderança de Basílio Sanca, não afetarão a sua candidatura no dia da escolha do novo bastonário dos advogados, uma vez que o seu projeto é movido pela verdade.
Questionado sobre as informações em como a Presidência da República apresentou à Ordem outro edifício para instalar a sua nova sede dos causídicos, Correia revelou que houve abertura do executivo em disponibilizar um outro edifício para sede da organização, intenção que foi transmitida ao Bastonário cessante, Basílio Sanca, pelo secretário de Estado do Tesouro, durante um encontro entre as duas entidades.
Correia acrescentou que Sanca acolheu com agrado a intenção do executivo, mas numa assembleia geral convocada pelo bastonário cessante, os associados rejeitaram liminarmente a intenção do governo, uma vez que em matéria do património da ordem é da exclusiva competência dos associados, segundo os estatutos. Os associados esperam que o assunto seja resolvido nas instâncias judiciais.
Relativamente à crise interna dentro da organização, que está a levar a ordem a perder o seu lugar na sociedade guineense, Correia admite que essa matéria pode não ser relevante.
Em relação à falta do pronunciamento sobre o estado da justiça no país, o candidato negou que a organização tenha-se remetido ao silêncio.
No próximo dia 19 do mês em curso, os advogados vão escolher o novo Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau. Três advogados manifestaram a intenção de concorrer ao cargo, substituindo Basílio Sanca.
Por: Alison Cabral
Conosaba/odemocratagb
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