quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Acordo de exploração de Petróleo: “NINGUÉM DEVE TRATAR OS GUINEENSES COMO UM BURRO”, DISSE MÁRIO DIAS SAMI

O antigo secretário de Estado das Pescas da Guiné-Bissau, Mário Dias Sami, defende a extinção da Zona Economia Conjunta (ZEC) entre a Guiné-Bissau e o Senegal. Para ele, é inaceitável que os guineenses sejam tratados de ignorantes.

Para Mário Dias Sami, a cessação do acordo vai travar possíveis conflitos entre os dois países vizinhos.

A ideia foi defendida, esta quarta-feira, em entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi (RSM), no âmbito da suposta assinatura de acordo de exploração de petróleo entre o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e do Senegal, Macky Sall, em outubro de 2020.

Na opinião de Mário Dias Sami, a única via que resta ao presidente da República agora é levar o pacote de acordo à Assembleia Nacional Popular para ser submetida a votação pelos deputados.

“Isto é inaceitável e ninguém deve tratar os guineenses como burro. Quem assinou o acordo deve ser ele mesmo a denunciar, já que está bloqueado ele <Presidente> deve voltar falar com o povo”, sustenta Sami que lembra que o acordo da Guiné-Bissau com o Senegal no domínio da pesca continua sempre baseado na convenção assinada em Dezembro de 1978.

O antigo deputado da Nação disse ainda que o referido acordo de exploração de petróleo nunca será implementado porque fere o interesse do povo e da pátria.

“Estou a falar deste assunto com convicção, porque esta situação é dolorosa”, lamenta.

Na mesma entrevista à RSM, Mário Dias Sami assegurou que o acordo de exploração conjunta deveria centralizar-se na zona em conflito que levou a Guiné-Bissau ao tribunal internacional no âmbito da divisão do território, e “aqui deverá entrar uma lógica onde todos acordam que a zona em discussão será explorada entre as partes”.

“A zona de exploração conjunta para uma pessoa racional e que não é doente mental, sabe que deve ser numa zona em conflito”, explica Mário Dias Sami.

Em dezembro último, em sessão parlamentar, a Assembleia Nacional Popular deu por nulo e sem efeito o Acordo de Petróleo com o Senegal assinado em Outubro de 2020 entre os dois presidentes da República.

Apesar das contestações de quase toda a sociedade guineense, o presidente da República continua firme e em defesa sobre a sua assinatura recentemente do acordo de cooperação com a República vizinha do senegal.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto

Imagem: Internet

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