Bissau,04 Ago 20(ANG) – O Inspector Geral de Saúde Pública revelou que algumas empresas grossistas de medicamentos estão a especular os preços de forma exagerada neste período da pandemia de covid-19.
Benjamin Lourenço Dias, em entrevista exclusiva à ANG sobre o resultado do encontro mantido na passada quarta-feira com todos os proprietários das farmácias do país, disse que os grossistas oscilam diariamente os preços de medicamentos vendidos aos farmacêuticos.
“Hoje pode-se adquirir um medicamento junto do grossista num determinado preço e amanhã noutro. A título de exemplo, o preço do medicamento para a cura de tensão arterial denominado de captopril subiu 76 por cento e ainda existe o diclofenac e outros cujos preços dispararam entre os 20 à 65 por cento”, revelou.
O Inspector Geral de Saúde sublinhou que os grossistas estão a aproveitar-se deste período de rutura de medicamentos para especularem os preços porque entendem que há muita procura.
“Já temos todos os documentos e foi nesta perspetiva que mantivemos um encontro com os proprietários das farmácias e no qual nos reafirmaram as dificuldades e limitações das empresas grossistas de medicamentos em atender as solicitações”, disse.
Benjamin Lourenço Dias salientou que actualmente o país conta com três empresas grossistas de medicamentos, dentre as quais um estatal neste caso a Cecomes e duas privadas nomeadamente Saluspharma e Guifarma.
Disse que a Central de Comercialização de Medicamentos(Cecomes), encontra-se actualmente em falência, acrescentado que, das três empresas é a única que tem suas estruturas regionais de abastecimento.
Aquele responsável frisou que as outras igualmente deveriam criar as suas estruturas nas regiões mas que não é o caso, volvidos cerca de três anos que estão a operar no país.
“Isso significa que as duas empresas privadas grossistas de medicamentos têm enormes dificuldades de satisfazer as necessidades das nossas populações. A título de exemplo, existem centros de saúde em localidades longínquas da capital Bissau, nomeadamente a de Calak, Iemberem, Cabudú, todos no sector e Bendanda, região de Tombali que necessitam de serem abastecidos regularmente de medicamentos”, referiu.
O Inspector Geral de Saúde disse que os referidos centros sanitários quando se deparam com falta de medicamentos são obrigados a se deslocarem até Bissau ao invéz de se dirigirem à sede da região que é Catió, porque, em muitas ocasiões, a estrutura de Cecomes naquela localidade não dispõe de stock para lhes atender.
“São situações verídicas que acontecem igualmente em todos os Centros de Saúde existentes em outras zonas longíquas do país, como Boé, Pitche, Pirada, Cambadju entre outras”, explicou.
Perguntado sobre as deligências que estão a tomar para estancar a especulação de preços de medicamentos, Benjamin Lourenço Dias disse que já têm na posse todos os documentos das denúncias dos factos, acrescentado que agora vão manter um encontro com todos os grossistas de medicamentos para depois tomarem medidas adequadas.
Conosaba/ANG/ÂC//SG
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