Bissau,11 nov 21(ANG) – Os técnicos de diferentes entidades ligadas ligadas aos sectores dos recursos naturais, nomeadamente pescas, minas, ambiente e florestas, estão hoje reunidos num encontro de reflexão sobre a necessidade de adesão da Guiné-Bissau às iniciativas internacionais de transparência nas indústrias extrativas.
A jornada com a duração de um dia, visa influenciar o Governo da Guiné-Bissau e organizações interessadas a declararem a sua adesão à Iniciativa Internacional de Transparência na Indústrias Extrativas(ITIE), de forma a disfrutar de confiança e de maiores oportunidades de acesso aos financiamentos externos nos domínios de extração e tratamento dos recursos naturais.
Na abertura do encontro, o director executivo da ONG Tiniguena, entidade organizadora do evento, explicou que o propósito do projecto de monitorização dos recursos naturais que já está na segunda fase, visa em primeiro lugar conseguir ter um diagnóstico global daquilo que são as modalidades da sua exploração no país com incidência nas pescas, florestas, minas e petróleo.
Miguel de Barros disse que independentemente daquilo que tem sido a dinâmica da exploração dos recursos naturais na Guiné-Bissau, ela tem sido feita sem a realidade daquilo que é o seu verdadeiro potencialidade.
Aquele responsável salientou que o único sector onde temos uma informação mais actualizada e com maior possibilidade de projeção da capacidade de exploração, é nas pescas.
Adiantou que mesmo assim, toda acção que o país está a ter no domínio das pescas para a determinação da sua biomassa, ainda não usufrui da capacidade nacional para o efeito, porque as autoridades do sector têm recorrido sobretudo a Mauritânia para fazer as acções conjuntas nesse sentido.
O director executivo da Tiniguena informou que, quando olharmos para o sector florestal, a situação é muito mais grave, tendo afirmado a titulo de exemplo que o último inventário do património florestal é dos anos 80.
“Mas mesmo assim, continuamos a emitir licenças de cortes sem a realidade daquilo que é hoje, não só potencial, mas o que deveria merecer maior cuidado em relação as modalidades de exploração”, frisou.
Miguel de Barros disse que, um dos elementos mais críticos na modalidade de exploração dos recursos naturais do país, tem a ver com o sector petrolifero.
“Nós temos um acordo para a exploração de petróleo na zona conjunta com o Senegal, há mais de 20 anos e até hoje ninguém sabe o quê que acontece ali, porque tão temos nenhum relatório daquilo que foi a modalidade da exploração ou de prospeção e muito menos quem são os actores que estão dentro desse processo”, disse.
Ao presidir a cerimónia de abertura do encontro, o ministro de Estado e dos Recursos Naturais e da Energia, disse registar com todo o agrado as preocupações levantadas pelo director executivo da Tiniguena e promete leva-las ao Governo.
Orlando Mendes Viegas reconheceu a falta de informações no que toca a exploração dos recursos naturais na zona conjunta com o Senegal, acrescentando que, há quem diga que é no quadro da cooperação económica entre os dois países, frisando contudo que é necessário definir claramente o que pretendemos fazer.
O governante sublinhou que, é pertinente elaborar uma agenda comum, porque na verdade o executivo privilegiou o sector privado como seu parceiro no sentido de poder de facto fazer as coisas avançar de forma a podermos explorar os recursos naturais do país de forma racional e transparente.
Conosaba/ANG/ÂC
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