terça-feira, 9 de novembro de 2021

«É fala cuma, Iaia Djaló cu fala, hy ka "Conosaba" dé!» Corrupção na Guiné-Bissau afeta desenvolvimento e estimula a pobreza - ministro da Justiça


O ministro da Justiça da Guiné-Bissau, Iaia Djaló, afirmou hoje que a corrupção afeta o desenvolvimento económico e estimula a pobreza no país.

"A corrupção é um complexo fenómeno social, político e económico que afeta o desenvolvimento dos países, tanto em regimes autoritários ou democráticos, bem como em todos os sistemas económicos", disse o ministro guineense.

Iaia Djaló falava na cerimónia de apresentação da estratégia nacional de combate à corrupção, que visa ser implementada entre 2021 e 2030, e que hoje foi apresentada em Bissau.

"A corrupção é um entrave ao desenvolvimento, ao crescimento económico, estimula a pobreza e fomenta a instabilidade política, social e institucional. A Guiné-Bissau apesar de várias manifestações de riqueza, objetivamente incompatíveis com os rendimentos, não dispõe até aqui de uma estratégia específica de combate à corrupção", explicou o ministro.

O governante afirmou que o combate à corrupção deve ser partilhado entre o Estado e a sociedade e convidou todos a "associarem-se ao esforço para fomentar um combate global e participativo".

A estratégia de combate à corrupção da Guiné-Bissau foi elaborada com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e visa promover uma cultura de integridade, de transparência e de prestação de contas, bem como modernizar os serviços da Administração Pública.

A estratégia pretende igualmente que a população, incluindo na liderança política, entenda a "natureza corrosiva e as consequências devastadoras da corrupção" e incentivá-la ao seu combate.

"A corrupção é multidimensional, obviamente corrói internamente as instituições democráticas, põe em risco a integridade e funcionamento da Administração Pública e da Justiça e provoca também uma perda económica, afasta investidores e os que querem desenvolver qualquer atividade económica por falta de Estado de Direito e de mecanismos de transparência", afirmou o representante do PNUD na Guiné-Bissau, Tjark Egenhoff.

O responsável sublinhou também que a corrupção é a "porta de entrada do crime organizado no Estado" e uma "violação dos direitos dos cidadãos".

"Isto é uma visão ambiciosa e requer muito capital político. São precisos campeões da integridade ao mais alto nível e ao nível da cidadania para que possam levar a bandeira da transparência", sublinhou, referindo-se à estratégia de combate à corrupção.

No último Índice de Perceção da Corrupção, da Transparência Internacional, divulgado no início deste ano, a Guiné-Bissau melhorou três posições, passando da posição 168, em 2019, para a posição 165, em 2020, mas continua entre os países mais corruptos avaliados pela organização não-governamental.

Conosaba/Lusa

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