Praia, 13 out 2021 (Lusa) - Cabo Verde passou a liderar a lista de destinos mais procurados pelos turistas britânicos, segundo informação da agência especializada TravelSupermarket, dois dias depois de o arquipélago ter deixado a “lista vermelha”.
De acordo com a imprensa do Reino Unido, que cita hoje a lista da TravelSupermarket, atualizada depois de 47 países e territórios terem deixado em 11 de outubro a “lista vermelha” britânica, que obrigava a quarentena no regresso devido à covid-19, Cabo Verde lidera entre os destinos de férias mais procurados pelos turistas nacionais para a temporada 2021/2022.
Seguem-se Tenerife, Lanzarote, Costa Blanca (Espanha), Antalya (Turquia), Nova Iorque, Las Vegas (Estados Unidos), Gran Canária, Fuerteventura e Barcelona (Espanha) na lista de destinos mais procurados da TravelSupermarket, que se apresenta como a principal agência britânica de viagens na comparação de preços de férias.
Para o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, são “ótimas notícias” para o arquipélago: “Estamos entusiasmados e convictos de que a retoma do turismo far-se-á em grande. Mais uma vez, Cabo Verde aparece como a preferência dos britânicos, tornando-se o principal destino de férias depois de ter sido removido da ‘lista vermelha’ no início deste mês”.
Numa mensagem publicada esta manhã na sua conta oficial na rede social Facebook, Ulisses Correia e Silva acrescentou que o Reino Unido “continua a ser o principal emissor de turistas para Cabo Verde”, cujo peso, antes da pandemia de covid-19, rondava 25% da procura turística global.
“O que nos deixa orgulhosos e engajados em continuar a implementar medidas que posicionam o país como um destino seguro a nível sanitário”, afirmou o primeiro-ministro.
Ao permanecer naquela lista, aos passageiros provenientes de Cabo Verde era imposto à entrada uma quarentena de 10 dias num hotel designado e às custas dos viajantes (apenas permitida a entrada para nacionais britânicos ou estrangeiros residentes), além de dois testes PCR negativos para covid-19, no segundo e oitavo dias da quarentena, o que agora deixa de ser necessário.
Anteriormente, o chefe do Governo tinha classificado o anúncio da saída de Cabo Verde da “lista vermelha” britânica como o “reflexo do bom combate” à pandemia da covid-19.
“Os números estão aí para expressar esses resultados, nós atingiremos próxima semana 80% da população adulta com pelo menos uma vacina [dose]. Estamos a perspetivar que em finais de outubro poderemos atingir 85% [uma dose] e 50% da população com vacinação completa. Quer dizer que o nosso nível de segurança, hoje, permite que possamos nos apresentar internacionalmente como um país que está a controlar a pandemia”, afirmou.
Para Ulisses Correia e Silva, esta decisão é “fundamental” para Cabo Verde, por ser “o maior centro emissor de turistas, particularmente para as ilhas do Sal e da Boavista”.
Quase 200 mil britânicos visitaram Cabo Verde em 2019, praticamente um quarto dos turistas estrangeiros que as unidades hoteleiras do arquipélago receberam em todo o ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano.
De acordo com o estudo estatístico do turismo em Cabo Verde em 2019, as unidades hoteleiras cabo-verdianas receberam um recorde de 819.308 hóspedes, um aumento de 7% face a 2018, e 5.117.403 dormidas, um crescimento também homólogo de 3,7%.
Com 196.557 hóspedes, o mercado britânico voltou a ser o principal emissor de turistas para Cabo Verde, representando 24% do total, liderando também no tempo de estadia, que foi, em média, de 8,1 dias em 2019.
Em 2018, os turistas britânicos que visitaram Cabo Verde representaram 22,7% do total, chegando nesse ano aos 174.078.
Entretanto, desde o início da pandemia de covid-19 que aqueles turistas praticamente desaparecerem de Cabo Verde, face às apertadas regras e limitações impostas pelas autoridades britânicas no regresso ao país.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde, mas está praticamente parado desde março de 2020.
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