O candidato às eleições presidenciais da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló promete que se for eleito será implacável na luta contra a corrupção para "resgatar a credibilidade" do país e atrair investimento.
Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, o candidato apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15) refere que o país precisa de mudança e considera que é a pessoa certa para "dignificar a Guiné-Bissau" e "refundar o Estado".
De acordo com Umaro Embaló, estas medidas permitirão atrair mais investimento para o país porque "o investidor gosta de paz, serenidade e credibilidade".
Questionado sobre o caráter executivo das medidas que propõe e se, nesse sentido, defende a mudança para um sistema presidencialista no país, Umaro Emabaló considera que “a questão não é essa”.
“Nós temos de fazer uma simbiose entre Presidente da República e Governo para atrair mais investidores e para fazermos isso temos que dar a garantia, temos de ter um Presidente que faz respeitar a Constituição e uma boa coabitação com os diferentes órgãos de soberania - justiça, parlamento e Governo”, justifica.
Sobre se considera que terá uma boa coabitação com o atual governo do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o candidato respondeu: “claro que sim”.
“O homem é que faz a função, eu na Presidência, com a minha personalidade, como garante da Constituição eu ia garantir uma coabitação sã e um clima de entendimento recíproco e ia funcionar. Comigo isso vai funcionar”, considera.
Apesar das divergências públicas e de o seu partido ter sido fundado por dissidentes do PAIGC, Umaro Embaló garante que, se for eleito, a questão não será afastar este partido do Governo, nas “mudar a mentalidade do homem guineense e perceber que o erário público é sagrado”.
“Mesmo se o Madem ganhar as eleições, serei implacável na luta contra a corrupção”, diz, assegurando que “haverá mudança" no país. “Eu farei respeitar a Constituição porque serei a primeira pessoa a respeitá-la”.
Questionado sobre o papel do atual chefe de Estado na crise que o país atravessa, Umaro Embaló recusa falar do Presidente José Mário Vaz, uma pessoa por quem diz ter respeito.
“Aquilo que posso dizer e garantir à comunidade guineense é que serei um Presidente da simbiose nacional, que pode trazer o entendimento entre todas as camadas, tenho de quebrar este pacto de desentendimento que há entre os guineenses”, diz.
Instado a comentar as críticas de opositores que consideram ter pouca experiência para se candidatar a Presidente por ter apenas 47 anos, Umaro Embaló fala da sua experiência nas Forças Armadas – é general na reserva -, do período em que foi primeiro-ministro (entre novembro de 2016 e janeiro de 2018) e realça as boas relações que tem com vários dirigentes da África Ocidental.
Além de Embaló, entre os 19 candidatos às eleições presidenciais previstas para 24 de novembro próximo estão o atual Presidente, José Mário Vaz, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, ambos como independentes, e Nuno Nabian, da APU-PDGB.
Conosaba/Lusa
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