A capital Bissau regista um autêntico apagão, há mais de três (3) dias. A falta de energia eléctrica da rede pública, segundo a fonte da Empresa de Electricidade e Águas (EAGB), deve-se à falta de gasóleo. Ainda não se sabe quando a situação será normalizada
Segundo a mesma fonte os depósitos do gasóleo na central eléctrica de Bissau estão secos, “por isso a empresa foi obrigada a parar os motores devido despacho nº 31/2018 do primeiro-ministro que proíbe qualquer utilização dos fundos públicos quer situados a nível dos ministérios e secretárias de Estado ou nas empresas de capital público”.
A fonte diz ainda que a direcção da empresa tem estado a envidar esforços no sentido de conseguir gasóleo que possa permitir a retoma do funcionamento das máquinas.
Algumas ruas e avenidas de Bissau são iluminadas pelos postes de luz gerada pela energia solar, mas as casas privadas e instituições públicas estão sem corrente eléctrica, desde a última sexta-feira.
Muito poucas casas são iluminadas pelas luzes dos geradores particulares.
Além da luz eléctrica da empresa pública o país também depara com falta de água potável que obriga os moradores de Bissau a irem buscar águas nos poços nas zonas em algumas localidades pelo menos em qualidade aceitável.
Face a este quadro, a população está revoltada com a Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) que não consegue resolver o problema. Os clientes pedem a privatização da empresa para o seu melhor funcionamento.
“É uma situação difícil para nós clientes, contudo é hábito no país, mas este cenário vem depois de uma normalização nos anos anteriores”, criticam.
“Não vamos aceitar uma empresa pública a tratar os cidadãos assim por isso deve haver a privatização como dantes onde os franceses é que dão serviço a empresa”, manifesta um comerciantes ouvido pela RSM.
Os citadinos alertam ainda que devido a estas situações é verificado aumento de criminalidade nas ruas.
A capital Bissau está numa autêntica escuridão, as casas e cacifos que têm energia eléctrica são os que possuem geradores próprios que fazem barrulhos por vezes incómodas.
Na sequência da falta de energia eléctrica várias pessoas ficam sem comunicação devido a falta de corrente eléctrica para carregar os telemóveis.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Um grupo de cidadãos guineenses interpelou hoje a direção da Empresa de Eletricidade e Aguas da Guiné-Bissau (EAGB) sobre a falta de energia e água canalizada em Bissau, tendo sido informados que o problema "está longe de se resolver".
Helena Abrahamsson, coordenadora da iniciativa, disse à Lusa que a direção da EAGB lhes disse que não tem uma resposta concreta sobre para quando será restabelecida um funcionamento regular da energia e água canalizada em Bissau.
O diretor-técnico da empresa, que recebeu o grupo de cidadãos, na ausência do diretor-geral, explicou que a empresa "passa por grandes dificuldades estruturais" e que mesmo que fosse retomado hoje o fornecimento de energia não há garantias de que será de forma permanente, disse.
Helena Abrahamsson disse que o grupo que liderou não obteve uma resposta satisfatória por parte da direção da EAGB, mas na terça-feira vai reunir-se com o ministro, demissionário, da Energia, que tutela a empresa, para o questionar sobre o que se passa.
"Não é normal que as pessoas fiquem três, quatro dias sem energia elétrica, sem água. Enquanto consumidores temos o direito de saber, tanto mais que há muita gente que paga por antecipação", defendeu Abrahamsson.
A ativista disse que o grupo de cidadãos, aberto para aceitar qualquer pessoa que se sinta lesada, vai-se bater até que haja uma resposta sobre o que se passa com a EAGB, ainda que a direção da empresa insista em salientar que não se trata de um problema político.
Helena Abrahamsson disse ser inconcebível que a empresa não esteja a dar explicações aos consumidores sobre a falta de energia e água em Bissau.
Fonte da EAGB disse à Lusa que o diretor-geral da empresa, René Barros, está a tentar obter uma autorização junto do novo primeiro-ministro, Aristides Gomes, que, na sexta-feira, emitiu um despacho a proibir as movimentações de contas públicas, até à formação do novo Governo.
Conosaba/Lusa
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