O grupo de advogados da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau divulgou hoje uma decisão judicial que dizem manter afastados do parlamento os 15 deputados que ameaçavam fazer ruir a maioria que sustenta o Governo.
"O acórdão 3/2016 [do Supremo Tribunal de Justiça] perde a sua eficácia, porquanto ancorado numa decisão do Tribunal Regional de Bissau cuja incompetência vemos agora declarada", referiu a advogada Ruth Monteiro, em conferência de imprensa.
Os advogados baseiam-se numa decisão do Tribunal da Relação de Bissau que concluiu na segunda-feira que o Tribunal Regional é "incompetente em razão da matéria e da hierarquia para conhecer matéria administrativa praticada pela comissão permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP)".
Em causa está a decisão da comissão permanente que em janeiro declarou a perda de mandato de 15 deputados do PAIGC, a pedido do partido, que os expulsou alegando indisciplina partidária - por se aliarem à oposição para derrubar o Governo.
Por entre recursos das partes envolvidas, o Tribunal Regional de Bissau viria a mandar suspender o afastamento dos deputados, decisão que a Relação transforma agora num "ato nulo que vicia todos os atos decorrentes", sublinham os advogados.
Segundo referem, nesta sequência, perde eficácia o acórdão 3/2016 do Supremo Tribunal de Justiça, que no início de abril considerou inconstitucional a perda de mandato dos 15 deputados.
Assim, concluem, mantém-se válida a decisão da comissão permanente da ANP, segundo a qual aqueles deputados perderam o mandato.
Lusa/Conosaba
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