Em junho de 2014, o PAIGC reassumiu o poder – depois de perde-lo no Golpe de Estado de abril de 2012 – através das eleições legislativas, que ditou a maioria absoluta aos libertadores.
Mesmo com uma maioria absoluta folgada (57 num universo de 102 deputados), o PAIGC convidou o PRS para integrar o seu Governo com cinco pastas, entretanto, houve vozes de contestação e com razão. O erro começou ali. E porquê?
O PAIGC criou um vício – quem perde pode ditar a regra do jogo – que não conseguiu gerir, após a queda do Governo do DSP, imaginem que o PRS não estivesse nesse Governo, qual seria a nossa agenda política hoje? Não existiriam, com certeza, os 15. Poderíamos falar doutra coisa menos dos 15. Por outras palavras, o PAIGC adiou o seu problema que podia resolver logo no início da legislatura e o Presidente não estaria, nesta altura, interessado a abrir uma luta antes de se sentar para se assentar as bases do poder. Sem o PRS no Governo, o PAIGC poderia incluir, no então Governo, uma parte dos 15, logo a agenda política hoje seria outra, obviamente.
Um outro erro do PAIGC, formação do Governo de Carlos Correia, sabia que iria ter um problema no parlamento – aprovação do Programa do Governo e o Orçamento Geral do Estado – era mais que certo, que o PAIGC deveria chegar a um acordo com o PRS e não o fez, por uma questão de capricho político, ou seja, não chegaram a acordo, porque o PAIGC não quis no seu atual Governo as pessoas que estiveram no Governo de 48 horas, por uma questão de coerência. Apesar de tudo, na política não há coerência, mas sim cedência.
Se o PAIGC cedesse, o PRS integraria o Governo e hoje os 15 não teriam a voz, nem o espaço político, que fará arranjo parlamentar. E o PAIGC fortificava assim a sua coesão interna e lançava as bases para uma disciplina partidária sólida, o grande problema da nossa jovem democracia.
A experiência já nos mostrou que na política não há acordos nem pactos que duram eternamente, mas há os que duram enquanto os interesses se convergem, se não há eleições legislativas, como já foi dito por quem de direito, então o momento é o ideal para que o PAIGC se entenda com o PRS, caso queira ainda ganhar essa luta política. É uma questão da estratégia! De acordo com o Presidente da República: “mais vale um mau acordo do que uma boa sentença”.
Ampus!!!
Abdelaziz Vera Cruz
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