A Guiné-Bissau está numa situação de crise institucional causada pelas dificuldades de relacionamento entre o Presidente da República, Mário Vaz e o Primeiro Ministro, Domingos Simões Pereira. Este último em declarações feitas ontem no Palácio do Governo, enunciou diversos factos que levam a crer que existe, da parte do Presidente da República, uma estratégia deliberada para provocar uma crise a fim de justificar a decisão unilateral de destituir o Governo.
Domingos Simões Pereira classificou essa atitude do PR como "uma falta grosseira de ponderação sobre as implicações e o alcance de tal medida para ordem interna e estabilidade", após as eleições gerais de 2014, "além de ser um rude e traiçoeiro golpe à esperança que a todos tem animado".
O PM garantiu ainda que todos os mecanismos e dispositivos legais e democráticos serão mobilizados para preservar a ordem e evitar a interrupção desta caminhada do país rumo à paz e ao desenvolvimento", referiu, numa alusão à estabilidade política conquistada no último ano com o apoio da comunidade internacional.
De acordo com o primeiro-ministro, os temas alegados pelo Presidente para o desentendimento têm a ver com uma remodelação governamental, a gestão de fundos da mesa redonda de doadores e o regresso ao país do contra-almirante Zamora Induta, antigo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
O primeiro-ministro garante que procurará "a responsabilização política e judicial do autor de actos que ponham em causa a ordem interna e a estabilidade do país".
Quanto ao Presidente da República, ainda não se pronunciou, continuando com a sua agenda de consulta dos Partidos políticos do país.
Esta nova crise na Guiné-Bissau surpreendeu a todos: cidadãos e instituições internacionais. Para o Dr. Albertino Parente, guineense, advogado e Prof. de Direito na Universidade Lusófona, em Lisboa, o fundo da questão tem a ver com o protagonismo e afirmação.
radiovaticana
Sem comentários:
Enviar um comentário