quarta-feira, 8 de outubro de 2014

SERRA LEOA: COVEIROS DE VÍTIMAS DO ÉBOLA EM GRAVE (BÊS MONHA CATEM)



Na Serra Leoa, os coveiros encarregados de sepultar os corpos das vítimas do Ébola entraram em greve em dois distritos.

Reclamam o pagamento do salário que lhes é devido há duas semanas e um subsídio de risco.

Este trabalho está a ser feito por homens que, devido ao risco de contágio, estão a ser estigmatizados.

“Isto é um trabalho temporário. Nós não teremos nenhum lucro depois de passar a epidemia, por isso precisamos de dinheiro agora. Temos estado a ser estigmatizados e precisamos do nosso dinheiro”, clama um homem que recusa identificar-se por causa do estigma do trabalho que desenvolve.

Nos dois distritos, que incluem Freetown, a capital do país, cada equipa de 12 pessoas enterra entre 17 e 35 corpos por dia. Cada coveiro recebe 100 dólares, menos de 80 euros, por semana e o risco é muito elevado.

De maio até agora registámos para cima de 60 mortos entre os trabalhadores da saúde e sanidade na Serra Leoa. Penso que isto é muito sério e muito desencorajador. tem que ser feito muito mais para reduzir estes números. Mas digo-lhe, sinceramente, o número ainda está a aumentar”, afirma o responsável de o programa de alerta de saúde pública, William Sao Lamin.

O governo diz que os salários das equipas foram pagos até ao final de setembro, que só falta pagar esta semana e que o dinheiro já foi para os bancos, mas não fala do subsídio de risco.

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