quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ORGANIZAÇÃO DE NAÇÕES UNIDAS E AUTORIDADES GUINEENSES ANALISAM SITUAÇÃO DO CRIME ORGANIZADO NO TERRITÓRIO


Bissau - Membros da Unidade das Nações Unidas para as Drogas e Crime (UNODC) vão reunir-se durante três dias com as autoridades da Guiné-Bissau para analisar a situação do crime organizado no território, anunciou a organização.

A Guiné-Bissau apresentou em Junho de 2011 um Plano Operacional Nacional para combate ao tráfico de drogas e crime organizado até 2014, pelo que "é importante reflectir sobre o contexto actual", disse fonte diplomática à Lusa

A discussão "ao mais alto nível" poderá contribuir para definir prioridades e "ao mesmo tempo reunir sinergias" com vista à definição de um novo plano. 

A UNODC vai estar representada com vários peritos em diferentes áreas temáticas numa comitiva liderada por Pierre Lapaque, representante regional, sediado em Dakar, Senegal

Os trabalhos vão decorrer nas instalações do parlamento guineense e a sessão de abertura está marcada para sexta-feira, às 09H00, com intervenções de Marco Carmignani, vice-representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, Cipriano Cassamá, presidente da Assembleia Nacional Popular e Pierre Lapaque

A agenda dos três dias inclui o debate sobre temas como terrorismo na África Ocidental e Central, branqueamento de capitais, integridade e corrupção.

Estão também em cima da mesa discussões sobre promoção de novas iniciativas pelas autoridades nacionais, assim como o papel do parlamento e do governo no combate ao crime organizado e fortalecimento do Estado de direito. 

A Guiné-Bissau tem sido várias vezes apelidada de "narcoestado", dadas as ligações que têm existido entre representantes das autoridades nacionais e redes de tráfico de drogas. 

A 18 de Abril de 2013, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMFA) da Guiné-Bissau, António Indjai, foi acusado pela justiça dos Estados Unidos de participação numa operação internacional de tráfico de drogas e armas. 

Indjai, que liderou um golpe de Estado em 2012, foi exonerado em Setembro, mas a acusação mantém-se, recaindo sobre o general um mandado de captura norte-americano. 

A acusação surgiu depois de um antigo líder da marinha guineense, Bubo Na Tchuto, ter sido detido, em 04 de Abril de 2013, em águas internacionais, perto de Cabo Verde, encontrando-se detido a aguardar sentença nos Estados Unidos. 

De acordo com a UNODC, "as fragilidades das instituições do Estado da Guiné-Bissau e as fronteiras porosas (incluindo as suas dezenas de ilhas) são exploradas por associações criminosas para realização de actividades criminais com projeção internacional".

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