Antes de partir para Luanda, José Maria Neves avisa que está a analisar remodelação governamental e "alterações na estrutura" do arquipélago
O primeiro-ministro de Cabo Verde assegura que, nos próximos meses, vai fazer "grandes mudanças, a todos os níveis", na estrutura política do país e admite estar a analisar uma eventual remodelação governamental.
José Maria Neves, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa a dar conta da visita de trabalho que efetua quarta e quinta-feira a Angola, indicou que está, atualmente, a fazer uma "avaliação global" das diferentes dimensões relacionadas com a governação do país e com o cumprimento do Programa do Governo. "As remodelações não se anunciam, fazem-se. Se tiver necessidade de fazer a remodelação, fá-la-ei e anunciá-la-ei no momento preciso. Ainda estou a fazer a avaliação das diferentes dimensões relacionadas com a governação do país, com o cumprimento do Programa do Governo", afirmou o chefe do executivo cabo-verdiano. "Estive muito atento aos resultados do segundo Fórum de Transformação de Cabo Verde, que deve produzir consequências e estou a fazer toda essa avaliação. O que devo dizer-vos é que nos próximos meses anunciarei grandes mudanças, a todos os níveis, em Cabo Verde".
Segundo José Maria Neves, as mudanças poderão ocorrer tanto na "microestrutura como na macroestrutura" da administração. "Ainda não posso precisar nem a dimensão nem a profundidade das mudanças que irei fazer. Mas anunciarei em breve grandes mudanças a nível do país". Sobre a substituição do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano - José Luís Rocha, que deixou sexta-feira o Governo para ocupar o cargo de embaixador de Cabo Verde em Washington, José Maria Neves optou pelo mesmo tom. "Estou a fazer uma avaliação global, como já disse, e, se houver necessidade, farei a substituição do senhor secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, que acaba de assumir o cargo de embaixador em Washington".
O atual Governo de José Maria Neves, o terceiro consecutivo após as vitórias eleitorais de 2001, 2006 e 2011, integra 17 ministros, oito deles mulheres, e, desde sexta-feira passada, dois secretários de Estado. Do elenco governamental inicial apenas se registaram duas alterações. A primeira aconteceu em agosto de 2011, quando Felisberto Vieira, então ministro do Desenvolvimento Social e da Família, apresentou a demissão por "razões pessoais e políticas" que nunca especificou, não sendo substituído, uma vez que a pasta foi "diluída" no Ministério da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, nas mãos de Janira Hopffer Almada. Em abril de 2012, Sara Lopes, que tutelava o Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território "saltou" para o Ministério das Infraestruturas e Economia Marítima, de onde saiu para entrar Antero Veiga, ex-diretor de Gabinete do ex-presidente cabo-verdiano Pedro Pires. A mudança justificou-se pela participação de José Maria Veiga, então ministro do Ambiente, na disputa da Câmara Municipal de Santa Catarina, interior de ilha de Santiago, nas eleições autárquicas de 1 de Julho de 2012, que viria a perder.
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