Lisboa – Esta terça-feira, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa elegeu Timor-Leste para assumir, temporariamente, a presidência da organização e suspendeu a Guiné-Bissau das suas actividades. Na véspera a Guiné-Bissau, dirigida por militares desde o golpe de Estado de 26 de Novembro, tinha decidido suspender já as suas actividades da organização lusófona.
A decisão foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde.
Timor-Leste vai assumir temporariamente a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Decisão tomada por eleição na Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da CPLP.
A Guiné-Bissau está suspensa de todas as actividades da CPLP até à retoma da ordem constitucional, anunciou José Luís Livramento.
O chefe da diplomacia de Cabo Verde, no final desta reunião em formato virtual.
A decisão surge um dia depois de uma carta enviada pelo Governo de transição da Guiné-Bissau ao Secretariado da CPLP, citada pela agência Lusa, onde Bissau pede a suspensão de todas as actividades na Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa com efeito imediato.
De acordo com essa carta ao Governo de Transição criado após o golpe de 26 de novembro alega que a Guiné-Bissau é excluída das reuniões e tomadas de decisão da CPLP, em alegada violação do princípio da igualdade soberana entre os Estados-Membros.
Em causa um possível desrespeito pela Presidência da CPLP que até hoje estava a ser exercida pela Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau está suspensa da União Africana e da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental.
Bissau acrescenta que a Guiné se afasta da organização até que sejam cumpridos de novo os Estatutos da CPLP.
Esta terça-feira, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa elegeu Timor-Leste para assumir, temporariamente, a presidência da organização e suspendeu a Guiné-Bissau das suas acctividades.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, José Luís Livramento, após a cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da CPLP (registo da agência Lusa).
Em termos de decisões concretas, a cimeira decidiu, em primeiro lugar, suspender a participação da República da Guiné-Bissau em todas as atividades da CPLP até à retoma da ordem constitucional.
Foi eleita a República democrática de Timor Leste para exercer a presidência "pro tempore" da CPLP com todas as prerrogativas inerentes.
Jornal Público adianta que mulher de Embaló foi constituída arguida no caso das malas com cinco milhões de euros
Entretanto, o jornal Público noticiou, esta terça-feira, que a mulher do ex-Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, foi constituída arguida por suspeita de branqueamento de capitais. Ela ficou sujeita a termo de identidade e residência, assim como uma irmã dela e um alto quadro do protocolo da presidência. Isto acontece após a Policia Judiciaria ter encontrado malas com mais de cinco milhões de euros no jacto privado onde viajavam. O avião, proveniente de Bissau, aterrou no Aeroporto Militar de Figo Maduro, em Lisboa, onde saíram os três passageiros. O jornal acrescenta que a aeronave, que tinha sido fretada a uma companhia aérea, deveria seguir para Izmir, na Turquia, e depois para o Dubai.
Yussef, alcunha por que é conhecido um responsável da diáspora guineense em Portugal, reagiu ao caso em entrevista à RFI: "Esta situação de apreensão destas malas e estas medidas de coação sobre a ex-primeira-dama são importantes porque é um sinalizar de uma mudança que ocorre na Guiné-Bissau e, ao mesmo tempo, também que as autoridades portuguesas entendem que não podem continuar a ser coniventes com um senhor que, no mínimo dos mínimos, podemos dizer que sobre si impendem muitas dúvidas sobre a sua riqueza e as viagens que fez enquanto Presidente da Guiné-Bissau. Então, pensamos que pode ser um sinal de uma nova fase no que diz respeito à forma como o senhor Sissoco Embaló é tratado em Portugal. Acreditamos que isso pode ser o início do fim do branqueamento do seu regime político e, ao mesmo tempo, também do fim dos possíveis branqueamentos de capitais que ele realizava sempre que vinha a Portugal nos seus vários jactos privados, sem qualquer tipo de controlo e supervisão - isto provavelmente ao abrigo do estatuto diplomático que ele possuía."
Por: RFI com Lusa
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