sábado, 13 de maio de 2023

Duas coligações e 20 partidos iniciam hoje a campanha eleitoral na Guiné-Bissau

Duas coligações e 20 partidos políticos iniciam hoje a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas da Guiné-Bissau, marcadas para 04 junho, depois de o parlamento guineense ter sido dissolvido há quase um ano.

Quatro anos e dois meses depois das últimas legislativas, realizadas em março de 2019, os partidos políticos guineenses regressam à estrada para tentar obter o voto dos quase 900 mil eleitores recenseados para participarem no escrutínio.

Da lista dos candidatos aprovados destacam-se três novos partidos.

O Partido da Luz da Guiné-Bissau, liderado por Lesmes Monteiro, que fazia parte do Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados, um grupo de jovens críticos da situação política do país e que estive muito ativo entre 2015 e 2019.

Outro partido é o Movimento Social Democrático, criado e liderado pela irmã do ex-Presidente Kumba Ialá, Joana Kobde Nhanca, que deixou o partido do atual primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

A terceira nova formação política é o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), dirigido pelo atual ministro da Agricultura, Botche Candé, que nas últimas legislativas foi eleito deputado pelo Partido de Renovação Social (PRS), depois de ter abandonado o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Novidades também para o PAIGC, vencedor das últimas legislativas, mas que não está no Governo, que concorre pela primeira vez às eleições legislativas da Guiné-Bissau com uma coligação eleitoral, a Plataforma Aliança Inclusiva -- Terra Ranka (PAI -- Terra Ranka).

A PAI -- Terra Ranka, inclui, além do PAIGC, a União para a Mudança (UM), Partido da Convergência Democrática (PCD), Movimento Democrático Guineense (MDG) e o Partido Social-Democrata (PSD).




Aqueles cinco partidos já integravam, desde 2019, o Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos da Guiné-Bissau.

Segundo os dados definitivos do recenseamento eleitoral apresentados pelo Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no total foram recenseados 893.618 eleitores, dos quais 459.609 são mulheres e 434.009 homens.

Os dados indicam também que em território nacional foram recenseados 857.802 eleitores, na diáspora em África 17.922 e na diáspora na Europa 17.894, incluindo 7.789 em Portugal.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento em 18 de maio de 2022, alegando grave crise política, e marcou inicialmente eleições para dezembro do mesmo ano, mas que acabaram por ser adiadas a pedido do Governo e depois de ouvidos os partidos políticos.

Aquela foi a segunda vez que o parlamento da Guiné-Bissau, eleito de forma democrática, foi dissolvido.

A primeira vez foi em 2003 pelo então Presidente guineense, entretanto já falecido, Kumba Ialá, que invocou que os deputados estavam a tentar "subtrair os poderes do Presidente da República" através de um processo de revisão constitucional.

Conosaba/Lusa

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