quarta-feira, 24 de maio de 2023

Senegal: dez anos de prisão contra figura da oposição Ousmane Sonko

O procurador do tribunal de Dakar pediu esta quarta-feira, 24 de Maio, dez anos de prisão por violação contra a figura da oposição senegalesa Ousmane Sonko. © AFP - MUHAMADOU BITTAYE

O Ministério Público de Dacar pediu esta quarta-feira, 24 de Maio, dez anos de prisão por violação contra Ousmane Sonko, ausente do julgamento. O opositor senegalês afirma que este processo tem interesses políticos para o impedir de se apresentar como candidato às presidenciais de 2024.

Pouco depois das três horas da manhã, o Ministério Público anunciou 10 anos de prisão por violação ou cinco anos por corrupção de menor contra o opositor político senegalês. Todos aguardavam pela decisão do tribunal de Dacar, onde decorreu o julgamento de Ousmane Sonko, acusado de violação por uma antiga funcionária de um instituto de beleza. O candidato às eleições presidenciais de 2024 esteve ausente do banco dos réus e denunciou uma conspiração do poder para o afastar da vida política.

Ousmane Sonko foi acusado de ter violado, cinco vezes, Adji Sarr no salão de beleza, onde trabalhava a jovem de pouco mais de 20 anos. Adji Sarr descreveu os crimes cometidos entre Dezembro de 2020 e Fevereiro de 2021 e denunciou ter sido ameaçada de morte, outra acusação contra o líder do partido Pastef-les Patriotes, terceira força política das eleições presidenciais de 2019. Em relação a esta segunda acusação, o Ministério Público pediu um ano de prisão.

Foi ainda reclamado a Ousmane Sonko e a Ndèye Khady Ndiaye, proprietária do salão de beleza, o pagamento de 1,5 mil milhões de francos CFA (2,3 milhões de euros).

Ousmane Sonko, 48 anos, político popular entre os jovens, diz ter ido fazer uma massagem para aliviar dores crónicas nas costas. Sempre negou as acusações violação e difamação, defendendo ter sido criada uma conspiração do poder para o afastar da eleição presidencial.

O opositor político diz temer pela sua segurança e garantiu que não vai voltar a responder às intimações judiciais sem garantias de segurança, mas o Estado senegalês não aceitou o pedido.

Presume-se que Sonko se encontre em Ziguinchor, a cidade onde é presidente da câmara e para onde se recolheu há vários dias, a centenas de quilómetros de Dacar. Os apoiantes mantêm-se vigilantes à volta da casa para evitar qualquer tentativa de detenção de Sonko e de o obrigar a comparecer em tribunal. A sentença está marcada para dia 1 de Junho.
Texto por: Lígia ANJOS

Conosaba/rfi.fr/pt/

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