terça-feira, 10 de maio de 2022

PJ da Guiné-Bissau está a investigar ataque contra deputado guineense Agnelo Regala - PGR

A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau está a investigar o ataque de sábado contra o deputado guineense Agnelo Regala, anunciou hoje, em comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"A Procuradoria-Geral da República informa que o respetivo processo já está sob investigação da Polícia Judiciária, com vista a traduzir os supostos autores à justiça", refere o comunicado divulgado à imprensa.

A PGR pede à população para manter a "calma e serenidade" e "acreditar nas instituições judiciárias" do país.

O deputado guineense Agnelo Regala, líder do partido União para a Mudança, foi vítima de um ataque, no sábado, junto à sua residência, no centro de Bissau, tendo sido baleado numa perna na sequência de disparos feitos contra si.

A União para a Mudança, na oposição no parlamento da Guiné-Bissau, faz parte Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos guineenses, que está semana afirmou que o incumprimento da lei para o envio de uma missão militar para o país pode configurar uma invasão pelas forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O espaço de concertação "condenou sem reservas os sinais de desprezo e desconsideração à soberania da República da Guiné-Bissau por parte das entidades promotora e autora da decisão" e exortou a CEDEAO a respeitar os princípios fundamentais que sustentam a organização.

O espaço de concertação exigiu que a "Assembleia Nacional Popular seja ouvida e a sua resolução levada em conta na determinação do mandato e constituição de qualquer eventual força a estacionar" no país.

A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, com o Presidente a afirmar que se tratou de uma tentativa de golpe de Estado.

Na semana passada, a força começou a chegar ao país, mas o porta-voz do Governo e ministro do Turismo guineense, Fernando Vaz, remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas da CEDEAO.

Fontes militares confirmaram à Lusa que a força de estabilização será composta "num primeiro momento" por 631 militares.

O Presidente guineense afirmou na África do Sul que a força é composta por elementos do Senegal, Nigéria, Gana e Costa do Marfim e que aceita a força de estabilização porque foi esta a decisão dos seus pares da CEDEAO.

Conosaba/Lusa

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