terça-feira, 24 de maio de 2022

Saúde Pública/ “Acabar com a Fístula Obstétrica até 2030 requer investimento em qualidade e parcerias fortalecidas “,diz o Secretário

Bissau, 23 Mai 22 (ANG) – O Secretário-geral do Ministério da Mulher, Família e Coesão Social advertiu hoje que acabar com a Fístula Obstétrica até 2030 requer investimentos de qualidade e parcerias fortalecidas para atingir a meta global para erradicar a doença.

Carlos Tipote proferiu estas considerações na comemoração do Dia Internacional pelo fim da Fístula Obstétrica, que esta segunda-feira se assinala. Disse que a a doença é evitável quando mulheres e meninas tiverem acesso oportuno à serviços abrangentes de cuidados de saúde sexual e reprodutiva ,bem como cuidados obstétricos de qualidade .

“Também a doença pode ser evitada atrasando a idade da primeira gravidez ,cessando o casamento infantil ,empoderamento e educação de mulheres e meninas nas comunidades. É fundamental a abordar os determinantes sociais, culturais, políticos e económicos que sustentam a saúde, construir parcerias com outros sectores e contribuir para a reintegração bem sucedida de sobreviventes da fístula”, sustentou.

Tipote enumerou ainda as medidas de precaução da doença que podem ser adotadas, nomeadamente gestações e partos seguros que dependem do funcionamento dos sistemas de saúde e da prestação dos cuidados de qualidade.

Disse que a fístula pode ser evitada quando as mulheres recebem cuidados de maternidade oportunos e de qualidade, incluindo assistência qualificada ao parto e serviços de planeamento familiar.

“É necessário uma escala sustentável de tratamento de qualidade e serviços de saúde, incluindo a disponibilidade de um número adequado de cirurgiões de fístula ,bem como parteiras competentes e treinadas para reduzir significativamente a mortalidade materna e neonatal e erradicar a fístula obstétrica e o progresso deve ser compartilhado por todos ,nenhuma mulher ou menina deve ser deixada para trás”,vincou.

Por sua vez, o representante do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) no país Athanase Nzokirishaka salientou a complexidade da doença, que além da questão da inadequação ou da demora na atenção ao parto ,a fístula obstétrica e as suas consequências são um problema de direitos humanos, equidade e igualdade de gênero ,pobreza e cultura.

“O FUNUAP lidera o mundo na Campanha para acabar com a Fístula Obstétrica que se concentra em quatro pilares :a prevenção ,tratamento ,reintegração social e reabilitação e advocacia, guiadas pelos princípios de direitos humanos e não descriminação, de 2009 até ao momento e apoiou mais de 300 reparos cirúrgicos que ajudaram a restaurar a dignidade e transformar a vida de inúmeras mulheres e meninas “,disse.

Nzokirishaka salientou que embora tenham sido feitos progressos significativos ,existe uma grande necessidade não satisfeita de tratamento, pelo que é necessário fazer mais para consolidar os recursos para reforçar os sistemas de encaminhamento ,melhorar os mecanismos de coordenação e sustentar a perícia e as competências para a reparação da fístula.

Afirmou que acabar com a doença exige compromissos políticos ,recursos adicionais e investimentos ,além de uma colaboração reforçada entre governos ,comunidades, parceiros de desenvolvimento e a sociedade civil, e uma mudança de paradigma na forma de pensar ,tendo reiterado a disponibilidade da sua instituição de apoiar qualquer iniciativa do Governo da Guiné-Bissau no sentido de melhorar a saúde materna no país .

A Fístula Obstétrica é uma lesão devastadora no parto causada por trabalho de parto prolongado e obstruído na ausência de cuidados médicos adequados e oportunos. Ocorre desproporcionalmente entre meninas e mulheres empobrecidas ,vulneráveis e marginalizadas. Os doentes sofrem incontinência crónica, vergonha ,isolamento social ,pobreza e problemas de saúde física ,mental e emocional.

Conosaba/ANG/MSC/LPG//SG

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