segunda-feira, 9 de maio de 2022

Parlamento guineense condena ataque a deputado Agnelo Regala

O parlamento da Guiné-Bissau condenou hoje o ataque contra o deputado guineense Agnelo Regala, ocorrido no sábado, e advertiu que a "sucessão de barbáries" daquela índole estão a provocar "absoluta insegurança aos cidadãos".

"A sucessão de barbáries desta índole no país provoca uma situação de absoluta insegurança aos cidadãos, agravada pelo facto de nenhuma delas ter merecido a intervenção das autoridades" a quem cabe a responsabilidade de garantir a segurança das pessoas, refere, em comunicado, o gabinete do presidente do parlamento, Cipriano Cassamá.

O parlamento condena os "hediondos e macabros atos inaceitáveis em sociedades civilizadas" e "promete acionar todos os mecanismos regimentais e legais à sua disposição para esclarecer o sucedido".

O deputado guineense Agnelo Regala, líder do partido União para a Mudança, foi vítima de um ataque no sábado junto à sua residência no centro de Bissau, tendo sido baleado numa perna na sequência de disparos feitos contra si.

A União para a Mudança, na oposição no parlamento da Guiné-Bissau, faz parte Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos guineenses, que está semana afirmou que o incumprimento da lei para o envio de uma missão militar para o país pode configurar uma invasão pelas forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O espaço de concertação "condenou sem reservas os sinais de desprezo e desconsideração à soberania da República da Guiné-Bissau por parte das entidades promotora e autora da decisão" e exortou a CEDEAO a respeitar os princípios fundamentais que sustentam a organização.

O espaço de concertação exigiu que a "Assembleia Nacional Popular seja ouvida e a sua resolução levada em conta na determinação do mandato e constituição de qualquer eventual força a estacionar" no país.

A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando o decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, que presidente considerou como uma tentativa de golpe de Estado.

Na semana passada a força começou a chegar ao país, mas o porta-voz do Governo e ministro do Turismo guineense, Fernando Vaz, remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas da CEDEAO, que vai decorrer em maio no Gana.

Fontes militares confirmaram à Lusa que a força de estabilização será composta "num primeiro momento" por 631 militares.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou na África do Sul, que a força é composta por elementos do Senegal, Nigéria, Gana e Costa do Marfim e que aceita a força de estabilização porque que essa a decisão dos seus pares da CEDEAO.

Conosaba/Lusa

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