terça-feira, 5 de abril de 2022

Preço de referência para comercialização de castanha de caju na Guiné-Bissau é justo - confederação


O preço de referência para a comercialização de castanha de caju na Guiné-Bissau em 2022 é justo, disse hoje o vice-presidente da Confederação Nacional dos Atores da Fileira de Caju guineense, Jaime Boles.

O Governo guineense fixou em 375 francos cfa (cerca de 0,57 euros) o preço de referência de compra aos agricultores do quilograma de castanha de caju, admitindo a retirada de licenças a quem tentar adquirir caju aos agricultores por valores inferiores.

"É um negócio justo, o comércio justo", afirmou Jaime Boles, que é também presidente da Confederação Nacional de Agricultores, salientando que há equivalência entre o preço de um quilograma de caju e o preço do quilograma de arroz.

"É um preço de referência, é o ponto de partida", disse, sublinhando que no mercado internacional o preço corresponde.

Questionado pela Lusa sobre a taxa de 15 francos cfa (cerca de dois cêntimos de euro) a pagar pelos agricultores para melhorias nos pomares, Jaime Boles disse que é a primeira vez na Guiné-Bissau que se consegue ter uma "taxa que irá ser aplicada no caju".

"Ganhamos muito dinheiro com caju, mas nunca foi disponibilizado dinheiro para a melhoria dos pomares e na organização dos agricultores em cooperativas, para que se ganhe valor acrescentado", disse.

Jaime Boles salientou também que a taxa tem uma outra vantagem de ajudar na "obtenção de financiamento para a diversificação" do que é cultivado no país.

"Somos um país muito fértil, mas não temos financiamento para a diversificação de culturas. As mulheres compram quase todos os produtos agrícolas no Senegal para venderem na Guiné-Bissau", afirmou.

Para Jaime Boles, é importante o financiamento porque se vai criar emprego e contribuir para o desenvolvimento sustentável do país.

A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, motor do crescimento económico do país, e da qual depende direta ou indiretamente 80% da população guineense.

Na campanha de comercialização do caju de 2021, a Guiné-Bissau bateu um recorde de exportação de 232 toneladas, o que significou uma receita de 18 mil milhões de francos cfa (cerca de 27 milhões de euros) para os cofres do Estado.

Conosaba/Lusa

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