Dezenas de pessoas estão espalhadas pelas avenidas de Bissau a vender gasolina a 4,5 euros por 1,5 litros depois de vários postos de abastecimento da capital guineense terem esgotado o combustível ou começado a controlar a sua venda.
A maior parte dos jovens que se encontram a vender a gasolina em garrafas de água de 1,5 litros não querem ser identificados e recusaram falar à Lusa, mas adiantaram que vão comprar a gasolina ao Senegal e vendem a garrafa por 3.000 francos cfa (4,5 euros).
Já Malam Sambu, um vendedor de combustível, que tem a sua banca junto à Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria ou "Nino" Vieira, que liga o mercado do Bandim ao aeroporto, explicou que a foi buscar a uma bomba de Zinguichor.
"Fui uma vez buscar à fronteira um bocadinho, 50 litros. Eu trouxe 50 litros, mas não é o suficiente porque não chega para as pessoas", afirmou Malam Sambú, que interrompeu as suas explicações à Lusa para ir vender mais três litros de gasolina a um cliente.
Malam Sambú explicou que como vai comprar ao Senegal é obrigado a aumentar o preço, mas os jovens que não quiseram ser identificados explicaram que estão a comprar 1,5 litros na fronteira por 1.250 francos cfa (1,90 euros).
Questionado pela Lusa se continuava a vender muita gasolina, Malam Sambú disse que as pessoas continuam a comprar.
"As pessoas compram 10, 25 litros. Compram porque não há nas bombas", afirmou.
Desde a semana passada que a crise de combustível se agudizou na Guiné-Bissau e já levou à paragem de veículos movidos a gasolina e à especulação de preços no mercado negro.
O porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz, afirmou quinta-feira que a situação será ultrapassada em breve com a chegada de um navio de Portugal.
Fernando Vaz afirmou que o país "está quase em rutura de 'stock'" de gasóleo e gasolina, mas ainda tem estes produtos.
Entretanto, ao final de quinta-feira o Governo anunciou o aumento do preço dos combustíveis, passando a gasolina a custar 1,15 euros o litro e o gasóleo 1,16 euros por litro.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário