O presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seide, disse estar disposto a lutar pela justiça para que os feirantes do mercado central de Bissau (Praça) ocupem os seus espaços naquele edifício reconstruído.
Seide afirmou estar disposto a morrer em defesa dos 477 feirantes que ocupavam o mercado central antes de o mesmo ser destruído pelo fogo, reafirmando que o novo mercado jamais pode ser privatizado, porque é uma instituição pública.
Aliu Seide falava numa conferência de imprensa, realizada esta segunda-feira, 11 de abril de 2022, na varanda do mercado, em Bissau.
Explicou que o mercado foi construído para que comerciantes possam praticar as suas atividades comerciais em condições, mas a modalidade de tentar privatizar o mercado não é boa.
“As pessoas que devem ser cedidos os espaços para a exploração comercial no mercado reconstruído não terão a capacidade financeira para pagarem um preço que será estipulado pela empresa gestora, de maneira que em nenhum momento, aceitaremos a privatização do mesmo”.
Lembrou que o projeto inicial era para construir um mercado que albergasse todos os feirantes que ocupavam espaços antes do incêndio, há 16 anos.
“Mas aquilo que constatamos numa visita recente é que há espaços para supermercados, salão de conferência e 21 gabinetes, isso é inaceitável”.
Por seu lado, o consultor da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Jailson Costa, informou que os associados e utentes do mercado central, foram surpreendidos por um ofício da Câmara Municipal de Bissau em como confiaram a gestão do mercado a uma empresa privada “Diallo Petro Services SARL”.
“O ministro da Administração Territorial e Poder Local que tutela a Câmara Municipal de Bissau tinha dito que a direção da Câmara iria constituir uma comissão conjunta com associação para definir os critérios de distribuição de espaços aos utentes que exercem as suas atividades nos passeios e no mercado improvisado ao lado”, lembrou.
Explicou ainda que a edil de Bissau só fez um ofício para associação, depois organizou uma cerimónia simbólica para entrega das chaves do mercado à empresa “Diallo Petro Services SARL”.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb
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