segunda-feira, 1 de novembro de 2021

LÍDER DO PUN ACUSA O PARLAMENTO DE SER VITRINA DA CORRUPÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS NA GUINÉ-BISSAU


O presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idrissa Djaló, acusou a Assembleia Nacional Popular de ser “ vitrina da corrupção” dos partidos políticos na Guiné-Bissau representados nela.

Idriça Djaló disse que as eleições na Guiné-Bissau têm sido transformadas num autêntico carnaval para a venda e compra de votos, tendo acusado a classe política de ser especialistas em transformar falsos problemas em um “pesadelo grande” para destruir o país.

Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, 01 de novembro de 2021, o dirigente do PUN destacou a situação prevalecente no setor da saúde com registo de várias mortes, devido à greve dos sindicatos do setor. Criticou a forma como o assunto de greves na saúde e educação foi desprezado pelas autoridades, que acusa de priorizarem a revisão constitucional de uma Constituição que “sempre foi fonte dos problemas na Guiné-Bissau”.

“O Presidente da República disse de forma clara que se a sua proposta da revisão constitucional não for aprovada no Parlamento, dissolverá o Parlamento e convocará eleições antecipadas. Ouvimos a resposta da Assembleia Nacional Popular sobre essa matéria, portanto estamos a caminhar para entrar numa crise, razão pela qual o Partido da Unidade Nacional quer chamar atenção ao povo guineense para refletir, com a sabedoria esse assunto, porque o texto da constituição é claro que a iniciativa da revisão constitucional é da competência da ANP”, alertou.

O líder do partido sem assento parlamentar lembrou que a Assembleia Nacional Popular tinha mecanismos de solucionar as propostas da revisão constitucional feitas no passado e que foi vetado pelos antigos chefes de Estado, através de dois terços de deputados, porque “não pensam no interesse do povo, mas sim nos jogos partidários”. Idriça Djaló disse que todas as subversões políticas são feitas com anuência da ANP.

Para Idrissa, o que se assiste, atualmente, na Guiné-Bissau é transferência de patrimônio nacional para interesse privado de um grupo de indivíduos, com total ilegalidade, deixando o povo guineense à mercê desse grupo e o país cada vez mais pobre.

Perante esta situação, Idrissa Djaló lamentou que a ANP não tenha sido capaz de encontrar nenhum consenso ou compromisso para defender o povo guineense.

Idrissa Djaló anunciou que no decorrer desta semana advertiu que o seu partido vai interpelar publicamente a Comissão Nacional de Eleições para saber se os partidos políticos representados no parlamento apresentaram contas da campanha eleitoral, de acordo com a lei eleitoral.

“Caso não tenham apresentado as contas , vamos pedir ao Supremo Tribunal de Justiça para vetar candidaturas destas formações políticas nas próximas eleições”, salientou e disse ter enviado uma carta ao presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO, Nana /Ado, alertando-lhe para não agravar o problema num país como Guiné-Bissau “gravemente doente na assistência técnica da revisão constitucional”.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb.

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