terça-feira, 2 de novembro de 2021

Bombeiros/Filhos e esposas de antigos funcionários pedem apoios do Governo para mudarem para outras residências

Bissau, 01 Nov 21 (ANG) – Os filhos e esposas dos antigos funcionários dos Bombeiros Humanitários de Bissau apelaram hoje ao Governo, no sentido de criar condições de mudança aos moradores das mediações daquela Instituição, antes de se iniciar o processo de despejo para um lugar que dizem desconhecer.

No Domingo, um trator (Pá carregador), iniciou os trabalhos de remoção de murros das casas situadas nas mediações dos Bombeiros de Bissau, com a intenção de desalojar os moradores do local.

Contactado hoje pelo repórter da Agência de Notícias da Guiné (ANG), Benedito da Costa, um dos moradores dos Bombeiros contou que, desde Setembro do ano passao que as autoridades competentes entregaram uma notificação aos moradores locais, pedindo que abandonassem o local porque se pretende reabilitar as instalações dos Bombeiros.

Acrescentou que, na altura, o pedido não foi aceite e que os moradores protestaram, e recorreram à outras instâncias, o que terá levado à estagnação do processo.

Disse que , depois de um ano , a Direcção-Geral dos Bombeiros de Bissau convocou uma reunião com os moradores, avisando-os, outra vez, para procurarem novas residências porque o corpo dos Bombeiros, conseguiu um financiamento através de seus parceiros, para a reabilitação da sua instalação.

“Nós enquanto moradores, não recusamos mudar sabemos bem que a residência pretence ao Estado, só que apelamos ao mesmo Estado que como todos sabem, que é uma entidade que está para resolver problemas do povo, para, pelo menos, arranjasse residências onde vamos ficar ou subvencionando-nos com um montante simbólico para podermos procurar onde se residir”, disse Costa.

Um antigo funcionário dos Bombeiros Humanitários de Bissau, Joquim Cardoso alega que enquanto jovem, serviu ao corpo daquela corporação com todo o amor, ganhando na altura um salário que não chegava para materializar todas as suas necessidades.

“Sou morador deste sítio antes da independência e até hoje. Tenho mais de 60 anos de idade, e na época participei em muitas operações de combate ao incêndio, tanto na antiga Capital Bolama assim como em Bissau, mas, o que está à acontecer conosco hoje é uma situação lamentável. O governo não pode chegar repentinamente e mandar os moradores procurarem outros sítios para morar, sem criar lhes condições para se mudarem ”, disse Cardoso.

O ex-funcionário de Bombeiros de Bissau disse que o futuro dos moradores está nas mãos de Estado, e diz que nenhum deles tem onde ir.

A filha de um antigo funcionário dos Bombeiros de Bissau, Elizabete da Luz Soares considerou a demolição de “abuso e o uso de força” por parte das autoridades competentes, e acusa o o Estado da Guiné-Bissau de não ter criado condições aos seus pais no passado, enquanto serviam o corpo de Bombeiros.

“Não temos para onde ir, caso sairmos daqui teremos que ir alugar outra residência. Estamos sem dinheiro, e sem uma explicação clara do Governo. Nem sabemos se as referidas residências vão ser construídas para depois regressarmos ou não porque nada nos disseram”, disse.

Alciana Vitória Dias, moradora e igualmente filha de antigo funcionário dos Bombeiros de Bissau, confirmou ter participado duas vezes em reuniões convocadas pela direção dos Bombeiros de Bissau.

“Na primeira reunião foram entregues aos moradores um documento para assinarem e que informava que o Estado pretende reabilitar a residência. Na segunda reunião a Direcção passou a mensagem de que os moradores deveriam se mudar sem explicar em que condições”, disse.

Alciana Dias disse que encerraram a reunião com a unica informação de que deveriam procurar outro sitio de morar porque, em breve, as obras de construção de um prédio vão arrancar, acrescentando que, não têm por onde ir e que o Estado, em primeiro lugar, deve providenciar onde os alojar antes de lhes mandar emboa ”como se fossem lixos”.

Conosaba/ANG/LLA/ÂC//SG

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