António Óscar Barbosa (Cancan), destacado dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) volta a atacar “fortemente” o partido e o seu líder, Domingos Simões Pereira, a quem acusa de violação dos estatutos e diz que a instituição partidária “em nenhum momento” se interessou pela sua saúde, apesar de ter sido internado 19 dias num hospital de Dakar, capital do Senegal.
Numa carta dirigida ao Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização (CNJF) do PAIGC, na posse do Capital News, Cancan, como é conhecido, denunciou que foi lhe cortado “de forma ilegal” o subsídio, enquanto membro efetivo e eleito do Secretariado Nacional do partido.
Em relação a Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, António Óscar Barbosa atira:
“Ao candidatar-se à Presidência da República – sem renunciar ao cargo do presidente do partido – e depois recusar aceitar o veredito das urnas, arrastou o partido para um conflito que nos custou a governação, confirmando que o interesse e a agenda do presidente são contrários aos interesses do partido. Se não fosse esse conflito de interesse, hoje o PAIGC seria governo”, escreveu “Cancan”, que apenas estava no começo e voltou a visar Domingos Simões Pereira:
“O presidente do partido não tem condições de diálogo com os partidos políticos com representação parlamentar, que lhe permite encontrar uma solução governativa, mas não se demite para permitir que o partido busque uma alternativa, porque quer continuar a instrumentalizar o partido para o seu projeto presidencial, facto que se evidencia pelas suas últimas declarações (entrevista ao Capital News), quando defende de forma inconsequente e desgastante, que o atual Presidente da República (Umaro Sissoco Embaló) ainda não foi legalmente empossado, remando assim, de forma desnecessária, contra a corrente, na medida em que ele (Presidente da República) já exerce de facto e de jure, o seu mandato e ter reconhecimento da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), da CPLP (Comunidade dos Países de Língua portuguesa), União Africana (UA), União Europeia (UA) e Nações Unidas (ONU)”, disse.
As críticas e acusações ao líder do PAIGC foram ainda mais profundas:
“O presidente está também a fazer uma gestão danosa do partido e dos seus interesses. Para além desta gestão danosa, ainda temos que, em sede própria, sindicar a gestão financeira do partido, que é um tabu, porque nenhum dirigente tem conhecimento do paradeiro dos avultados apoios financeiros e materiais que o partido recebeu ou tem recebido dos seus amigos e parceiros. Contudo, há provas que indiciam muito claramente perigosas violações aos artigos 140 e 141 dos estatutos do PAIGC”, afirma António Óscar Barbosa
O dirigente do “partido dos libertadores” afirmou ainda que, por um longo período, o PAIGC foi dirigido, através das reuniões por videoconferência, que segundo afirma, esta modalidade de dirigismo “não consta dos estatutos do partido”.
Por CNEWS com Conosaba do Porto
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