O PRS, principal partido na oposição da Guiné-Bissau, quer derrubar o Governo com uma moção de censura no Parlamento que há três dias não consegue funcionar por divergências entre os deputados.
O vice-líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Daniel Embaló, apresentou, em voz alta, uma carta que disse conter os fundamentos de um requerimento do seu partido à mesa da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) no qual se destaca a intenção de censurar o Governo do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Mesmo perante a insistência do presidente em exercício do Parlamento, Inácio Correia, para que parasse com a leitura do alegado requerimento, Daniel Embaló apresentou o documento até ao fim.
O PRS queria que o requerimento fosse agendado entre os assuntos que iriam ser discutidos na ordem de trabalhos, mas, pelo terceiro dia consecutivo, a sessão foi suspensa sem que a agenda fosse aprovada.
O partido, que detém 41 dos 102 mandatos no Parlamento guineense acusa o executivo, liderado por Carlos Correia, de 83 anos, de estar a governar "sem o programa de Governo ou Orçamento Geral do Estado aprovados".
Acusa ainda o Governo de estar "a contrair dívidas em nome do país" sem ter mandato.
Inácio Correia, primeiro vice-presidente do Parlamento e que dirigiu parte dos trabalhos parlamentares de hoje, disse que simplesmente iria ignorar as declarações do dirigente do PRS por serem "desenquadradas".
De seguida deu por encerrada a sessão e, ato contínuo, mandou evacuar a sala da plenária com recurso aos elementos da Guarda Nacional.
Inácio Correia sustentou a decisão com o facto de, em ocasiões passadas, alguns deputados terem permanecido no local mesmo depois do encerramento formal da sessão, o que disse, contraria a lei.
Lusa/conosaba
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