http://simintera.com/2014/06/09/sera-so-demitir-se-um-acto-digno/
Mais uma das raras vezes, está a acontecer na sociedade guineense, alguém demitir-se de um cargo publico, e mais desta vez, estão a surgir também, muitas reacções de louvor, a maioria delas, preconcebidas. Portanto, vão surgindo, sem que os seus diferentes autores, por motivos diferenciados, se interessem em considerar pormenores do caso concreto.
Demitir-se, em muitos dos casos, é de facto, a concretização de uma óptima maneira, que os parasitários profissionais da administração pública, descobriram, para sempre que as circunstâncias (des)favorecerem, fugirem das responsabilidades, de uma gestão incompetente, culposa, ou mesmo, criminosa. Macho que é macho, fica onde lhe é devido ficar, e assume, até ao fim, todas e mais outras as consequências, dos seus actos, para só depois, passar o testemunho, como deve ser.
Abdú Mané decidiu demitir-se do cargo de Procurador-Geral da República, função pela qual demonstrou ter sido chamado, para lidar com uns dossiês cirurgicamente seleccionados, entre os quais, um com mais eco, o do suposto desvio de um certo montante financeiro, tendo como principal suspeito, o cidadão José Mário Vaz, que entretanto, foi o candidato preferido na última eleição, pela maioria do eleitorado guineense, para ser nos próximos cinco anos, Presidente da República. Acusação difamatória, que o visado, inclusive, preso por uns dias, refutou logo, alegando ter feito, sobre o assunto, um procedimento correcto, nas diligências que lhe competiam. E mais. Desafiou o Ministério Público, a apresentar provas contrárias, o que até a data, não aconteceu consistente.
Devido aos elevados limites de operacionalidade das nossas instituições estatais, tanta injustiça se fez, e tanta justiça ficou por fazer. Mas ao que parece, a sociedade guineense acordou, para começar a punir oportunismos inoportunos, pela inédita carga de apupos e insultos, que ficou a contar para o curriculum político do cidadão, Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente da República de Transição, parte do grandioso espectáculo, no Estádio 24 de Setembro, durante um jogo oficial da Selecção Nacional de Futebol.
Que esse triste exemplo de julgamento público, sirva, e fique bem consolidado, a todos os futuros governantes da nossa terra.
Flaviano Mindela dos Santos
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