O economista guineense, Carlos Lopes, foi indicado ao prêmio de economista do ano pelo “Financial Afrik” através do seu livro sobre a armadilha da auto ilusão e a dependência da África da Europa, que acabou chamando a atenção do comité de seleção e do júri dos Prémios. Para além da nomeação do economista guineense, foram também nomeados em outras categorias 99 personalidades consideradas transformadoras de África.
Segundo o jornal económico africano, o livro trata da relação sempre desequilibrada entre a União Europeia e o seu vassalo, a União Africana, numa abordagem suavizada, porque é científica e factual e apresenta um ponto de vista documentado e oferece soluções para permitir que a África saia desta velha dependência. A publicação da lista das 100 personalidades que transformam a África é obra de um processo que parte da compilação realizada ao longo do ano pela redação da Financial Afrik e validada pelo independente e banqueiro.
A cerimónia da atribuição do prémio está prevista para janeiro em Abidjan. Na sua página da rede social, o economista escreveu: “Financial Afrik acabou de me dar – pela 3a vez – o Prémio “Economista do Ano”, como parte da sua lista dos 100 africanos que transformam o continente. Sinto-me humilhado pelo reconhecimento deles!”.
BIOGRAFIA
Carlos Lopes nasceu a 7 de março de 1960 em Canchungo, estudou o ensino secundário no Liceu Nacional Kwame Nkrumah, em Bissau e conseguiu uma bolsa para estudar em Genebra, na Suíça, onde obteve o mestrado no Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais. E fez o doutorado na Universidade Panthéon-Sorbonne em Paris, na França, focando sua investigação na África e seu desenvolvimento. A partir de 1988, Lopes incorporou-se como economista ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ocupando vários postos, entre eles, o de diretor Anexo do Escritório de Avaliação e Planejamento Estratégico, o de Representante Residente em Zimbábue e, em 2003, de representante do PNUD no Brasil, Diretor Anexo e mais tarde diretor do Escritório de Políticas de Desenvolvimento com sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Foi diretor de Assuntos Políticos no Escritório do Secretário Geral de 2005 a 2007, foi Diretor de Política de Desenvolvimento no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. De 2007 a 2012, foi diretor Executivo do Instituto das Nações Unidas para a Formação e a Investigação em Genebra e diretor do Colégio de Pessoal do Sistema das Nações Unidas em Turim, na Itália. De 2012 a 2016, foi Secretário Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para a África nomeado pelo Secretário Geral Ban Ki-moon.
É membro convidado na Escola Oxford Martin da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e professor convidado na Escola Nelson Mandela de Governança Pública da Universidade de Cidade do Cabo, na África do Sul. Escreveu mais de 20 livros sobre planeamento estratégico e desenvolvimento, recebeu o título como doutor honoris causa em ciências sociais da Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, no Brasil, e da Universidade Hawassa em Awasa, na Etiópia.
Por: Epifânia Mendonça
Conosaba/odemocratagb
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