Se é verdade que a democracia se faz com os partidos políticos, não é menos verdade de que ela também pode contemplar outros players que não estejam sujeitos a ditas, à semelhança dos membros dos partidos políticos, que os impedem em muitos casos, de cumprir com a mais nobre da sua missão, isto é, defender os interesses do povo e não os interesses politico-partidos e, às vezes, de natureza obscura.
Os povos africanos são reféns, nalguns casos, como é o da Guiné-Bissau, de um sistema eleitoral que afasta a maior parte dos seus membros da possibilidade de participarem activamente na vida politica, como decisores, razão pela qual se torna urgente proceder-se à reforma da lei eleitoral para permitir que a competição eleitoral não se cinja apenas às formações politicas que nem sempre satisfazem as aspirações dos povos.
Além dos partidos políticos, a semelhança de algumas democracias, o povo devia ser permitido organizar-se em movimentos ou coligações para participar em eleições, o que permitiria que aqueles que não querem aderir aos partidos ou que neles não se revêm, por desilusão ou falta de confiança, possam concorrer às eleições legislativas através dessas plataformas.
Essa forma de participação na vida politica, deve ser perspectivada na lei eleitoral permitindo que, uma vez eleitos os deputados, a democracia possa exercer-se na sua plenitude, isto é, sem que esses players estejam ao serviço de interesses político-partidários apenas, como vem acontecendo ao longo dos anos, mas sim, ao serviço do povo, uma vez que terão a maior liberdade de opção.
As reformas que vêm sendo adiadas devem ser encaradas com a maior seriedade, devendo até constituir a prioridade das prioridades na próxima legislatura, uma vez que se espera que ela venha a ser a de ruptura, abrindo se perspectivas a que o sonho do Combatente da Liberdade da Pátria, que tem sido desprezado, mal recompensado, diariamente humilhado, finalmente se realize.
A percentagem dos militantes dos partidos políticos, comparados com o grosso das populações, não ultrapassa os 15%, razão pela qual não devem continuar a determinar a vida de todos, porquanto a democracia, na verdadeira ascensão
do termo, equivale indiscutivelmente à “ditadura da maioria”, isto é, que a minoria se submeta à vontade da maioria.
Aos futuros representantes do povo (digníssimos deputados), é desde já lançado esse desafio, esperando-se que se assumam e sejam verdadeiros patriotas, actores da mudança, em quem o povo deposita a sua total confiança.
É chegado o momento da Guiné-Bissau ARRANCAR!
VIVA A DEMOCRACIA!
Por: Yanick Aerton
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