O maior partido da oposição deu exemplos de grandes discrepâncias entre os dados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral e o que os partidos recolheram. Propõe por isso uma comissão independente internacional que verifique as atas das votações.
Na contagem própria que tem vindo a fazer com base nos dados da própria CNE, o partido do Galo Negro diz ter encontrado diferenças de dezenas de milhares de votos que se traduziram na atribuição de menos deputados à UNITA.
A UNITA põe assim em causa os 44% e os 90 mandatos atribuídos pelos dados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral e vai propor a criação de uma comissão para comparar os resultados publicados pela CNE e os que estão nas atas onde constam os resultados de cada votação.
A coligação Casa-CE também anunciou que vai pedir a impugnação das eleições junto do tribunal constitucional, enquanto o Partido Humanista também considera que uma abstenção de 54% não é verdadeira.
Na sede do MPLA, em Luanda, havia esta 6ª feira mais seguranças e motoristas do que militantes, horas depois de a Comissão Nacional Eleitoral ter confirmado a vitória do partido.
Não houve festa, nem declarações de João Lourenço.
O líder do MPLA preferiu reunir-se com altos quadros do partido para analisar a perda de quase 1 milhão de votos em relação às eleições de 2017 e a derrota em Luanda, Cabinda e Zaire.
Mais cedo, o MPLA publicou um vídeo nas redes sociais com os agradecimentos de João Lourenço a quem votou no partido.
Ainda com 2,7% dos boletins por contabilizar, o MPLA soma 51,07% dos votos e garante 124 deputados, menos 26 do que os que elegeu há cinco anos, o que implica a perda de maioria qualificada e coloca agora o partido em posição de maioria absoluta.
Perante o pior resultado de sempre em eleições gerais, o MPLA assume que é tempo de refletir.
O MPLA admite procurar entendimentos com a oposição, mas para já não concretiza em que áreas está disposto a negociar.
Conosaba/Lusa
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