Ernesto Dabo poeta, músico, fotografo, intelectual de referência da sua pátria, Guiné-Bissau chama-nos, humanidade.
Apela a que sejamos nós o eu, o tu e que o precipício da mente nos leve pela senda elíptica, ilimitada, do caminho estonteante do Amor.
Simplesmente cruzar corpo, a terra, a água e o ar e sermos num todo natureza, terra África no mundo.
Ernesto Dado, o poeta impele-nos para olhar em nosso redor – Existir, questionar a normalidade, reagir à indiferença – é preciso! Sentido crítico, criação, recriar a maneira de ver e encarar o mundo – é urgente! Iluminar humanidade é gerar o sonho e dar-nos a ver o contraponto ao obscurantismo – o que se fecha na ignorância.
Expormos, e nos expormos é nos darmos e nos vermos a nós próprios. Seres imperfeitos enaltecem a diferença, aproximam vontades distintas, revoltam-se perante a injustiça e expressam amor libertário. Acordar não é desmaiar. Viver é respirar e fomentar raízes neste porto terreno de chegada e partida; viver é, também, despertar os adormecidos e recuperar o diálogo onde ele não existe; é sustentar a palavra e figurar desenhando; é gerar manchas de cor como um manto que acalenta a terra no sono nocturno acordado. É urgente reinventar o olhar, os modos de ver, abraçando a complexidade humana na sua simplicidade mais genuína – comunicar, trocar sentidos, tocar o próximo abraçando a amizade fraterna.
É tudo isso que Ernesto Dabo sugere nesta sua obra, OLONKO, que acreditamos merecer um registo de relevo na literatura Guinéense e lusofona.
Rui A. Pereira
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