sábado, 7 de maio de 2016

«OPINIÃO» NO DESPORTO: O QUE É A DERROTA E VITÓRIA

Kecói Queta


A derrota cria desânimo, mesmo que seja esperada perante os adversários muito superiores. Quando o resultado se mede por marcas, factos de estas serem as nossas melhores, pode causar o sentimento de desagrado. As derrotas têm de ser bem analisadas, pois podem verificar em vários pontos. Em provas e eliminatórias, o facto de o atleta ir mais longe possível também é positivo, assim como fazer boa exibição. As derrotas mais penosas são aquelas em que foi criada uma grande expectativa de vitória (por vezes do exterior, isto é por parte do público). Neste caso é necessário reavaliar a situação com realismo para que não torne muito pesada e traumatizante.

É preciso saber que não há derrotas humilhantes, esta linguagem não se deve usar no verdadeiro desporto; gerir as derrotas é uma linguagem muito usada. Significa que devemos analisar objectivamente essas derrotas, no seu valor real (e não apenas emocional), retirar as lições e as consequências e trabalhar para corrigir e melhorar os comportamentos.

Há atletas que lidam melhor com derrotas do que os outros. São chamados “realistas”, que sabem o seu real valor e tentam sempre melhora-lo, ainda que seja gradualmente. Há alguns que têm consciência de que precisa passar por uma série de derrotas para alcançarem finalmente bons resultados. São atletas, por vezes, mais frios e racionais. No entanto, alguns atletas considerados muito emocionais não se deixam a ir abaixo por derrotas, reagem positivamente e lutam por melhores resultados.

A derrota não é um desastre, é apenas um componente normal do desporto. Deve ser assumida como uma aprendizagem, uma oportunidade para medir reais possibilidades, analisar os comportamentos e preparar para novas etapas, é preciso não esquecer que, no desporto, as vezes perde-se mais vezes do que se ganha, isto é para alcançar boas vitórias é sempre necessário passar por algumas derrotas.

As desculpas as vezes perante os maus resultados, as falhas ou objectivos falhados, temos muitas vezes tendência para arranjar desculpas: foi o arbitro, o tempo, o cansaço, uma dor, a comida, uma noite mal dormida, o azar, os próprios colegas etc. É muito frequente os atletas maldosos, sobre tudo os menos experientes e mais novos justificaram os seus resultados menos bons por causas externas. Essa atitude prejudica o atleta, pois não lhe permite ver qual é a principal razão a esse resultado, que muitas vezes é apenas porque os outros foram melhores. 

Essa falta de realismo e de análise não permite corrigir-se e melhorar para a próxima competição, as desculpas retira-nos da realidade e permitem que os erros se repitam.

A vitória sempre um motivo de satisfação no desporto. Procura-se sempre melhores resultados e isto é, claro, a vitória. Mas esta situa-se em vários graus, consoante o nível e a importância das competições e também dos adversários. Mas este também implica problemas, assim, ao obter-se uma vitória a alto nível é também assumida uma responsabilidade maior. Um vencedor, um campeão, é sempre um alvo a bater e todos querem a vence-lo.

E no desporto colectivo o problema é mais complexo, uma vez que o resultado não depende de nós, mas do conjunto da equipa. É possível ter um resultado inesperado por parte de uma equipa modesta.

Há muitos atletas que sentem essa responsabilidade e se “assustam” com resultado alcançado, isto acontece quando o resultado não era esperado, ou teve uma certa parte de “sorte”; no desporto chama-se “ nike fobia (medo da vitória). No entanto, o atleta sente que é atacado em cada prova ou situação, que todos querem vencer, e chega mesmo a perder em situações que lhe eram favoráveis. Acontece quando perde, tem maior dificuldade em recuperar a situação anterior. 

Muitos campeões só conseguem sê-lo uma vez. Mas, em compensação, há outros que são vencedores durante muito tempo. Tudo isto não depende da condição física, da habilidade e das capacidades mas sobretudo do equilíbrio psicológico (mental). A Competição é desgastante e exige um grande controlo emocional, cabe ao treinador e psicólogo desportivo esse trabalho.

Conosaba/Kecoi Queta







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