sábado, 14 de maio de 2016

«OPINIÃO» "GUINÉ-BISSAU É UM PAÍS QUE MERECE O POVO QUE TEM, MAS QUE NÃO MERECE OS DIRIGENTES QUE TEM" - IE, SAMUEL ADELINO


12+12 = 24, data da independência da Guiné-Bissau, 24 ÷ 2= 12, data de nascimento do Amílcar Lopes Cabral + 12= 24 o ano de nascimento de Amílcar Lopes Cabral

A Guiné-Bissau é um país que merece o povo que tem, mas que não merece os dirigentes que tem! Tudo porque os problemas do povo nunca são prioridades dos dirigentes.

No dia 12 de agosto de ano 2015, o presidente da República Dr. José Mário demitiu através do decreto presidencial o primeiro governo legitimo do PAIGC, na qual faz parte, da IX legislatura liderado pelo Eng. Domingos Simões Pereira. É importante ressaltar o seguinte, antes da demissão do governo de Domingos Simões Pereira, o presidente preferiu uma declaração na casa "POVO", Assembleia Nacional Popular onde disse que nunca pensou em demitir o governo!

O presidente da República através do mesmo decreto que demitiu o governo, justificou a demissão do governo com várias acusações. Tais acusações que nunca se apresentou as provas, é importante que fique claro para os leitos. Não estou a falar de que tais acusações correspondem a verdade ou não, mas estou falando das provas, falo isso porque o presidente foi chamado pela comissão de inquérito que foi criada pela Assembleia Nacional Popular para apurar a veracidade dos fatos, o presidente nunca foi e nunca apresentou as provas pela comissão.

Meus caros irmãos guineenses, para me que o nosso presidente é uma pessoa que esquece rápido, no momento da campanha eleitoral num dos debates que o presidente participou quando ele era candidato na qual disse que nunca vai demitir o governo do seu próprio partido. Daí faço as seguintes perguntas.

Esta posição do presidente é a incoerência ou ignorância?

É a forma de conquistar os votos?

Ao analisar a magistratura do presidente durante esses dois anos do seu mandato, me parece que ele confunde as funções do presidente da República e do governo ou seja primeiro ministro. A nossa carta magna a constituição da República define claro as funções de cada órgão da soberania, a não ser que o presidente quer ocupar duas funções como se fosse o regime presidencialismo.

Em poucos anos de mandato, o senhor presidente violou a constituição da República, com a nomeação de Baciro Dja, a não participação nas cerimonias comemorativas das datas históricas do país, o presidente mandou reiterar a coroa da estátua Maria da Fonte que fica à frente do império entre outras.

Presidente exonerou o procurador geral da República Dr. Hermenegildo Pereira e o presidente do tribunal de contas Dr.Vasco Cabral porque ambos não estão a colaborar com a sua ideologia ou seja não estão a fazer sua vontade. Nos respetivos lugares colou as pessoas da sua confiança, posso até concordar com essa atitude porque a lei lhe dá essa competência, mas a meu ver a procuradoria geral da República faz parte de um órgão independente o poder judicial cabe a ela proceder com os princípios sem violar as leis e, não a mando de flano, beltrano ou sicrano!

Nos discursos do presidente sempre nos traz duras críticas acompanhadas de acusações, que pra mim é de suma importância, até porque isto mostra o empenho do presidente na luta pelo combate a corrupção, mas o senhor deveria lembrar que o senhor era acusado pelo ex- procurador Dr.Abdú Mané de desviar dinheiro dado pelo governo angolano ao governo de Carlos Gomes Junior em que o senhor era ministro das finanças, mas o presidente nunca pronunciou sobre isso. O povo quer saber do presidente o seguinte:

Será que esse desvio não constitui a corrupção?

Será que não havia corrupção no governo de Cadogo na qual faz parte?

Parece me confuso, a Guiné-Bissau é um país que conta com 8 regiões, mais um setor autónimo de modo que as populações dessas regiões precisam também da visita do presidente da República, não faz sentido um presidente visitar um único local, dentro de dois anos de mandato!

O presidente da República é considerado pela carta magna a constituição, como o garante da paz e estabilidade do país.

O presidente da República tinha, tem e terá uma posição contra a constituição da República, como podemos perceber no caso dos 15 deputados, na qual a sua posição está claramente a favor desses, o que não deveria ser! 

Caros irmãos guineenses, o posicionamento do presidente perante a situação sócio-política em que o nosso país se encontra nunca ajudou e nunca ajudará na resolução de tais problemas, enquanto ele manter como integrante do problema.

A nossa educação informal nos ensinou a intender um proverbio em crioulo que disse o seguinte, "kim ku falau dixa e bu mindjor amigo, mas kim ku falau si ami ncata seta kila ki bu inimigu" o proverbio disse o seguinte, quem te aconselha é o seu melhor amigo, mas aquele que lhe disse se fosse eu não ia permitir, ele é seu grande inimigo. Quero com este ensinamento da nossa educação informal, referir aos conselhos e pedidos que foram feitos ao presidente da República antes de derrubar o primeiro governo do PAIGC, da XI legislatura liderado pelo Eng. Domingos Simões Pereira, a meu ver seria mais fácil encontrar a solução da dita "crise", mas o presidente optou por não aceitar tais pedidos onde decidiu derrubar o governo.

Para demitir o segundo governo do PAIGC da XI legislatura, liderado pelo Eng. Carlos Correia, o presidente fez de novo várias acusações, na qual falou das dívidas que o executivo fez, a concessões dos títulos, também falou de que o governo não tinha um programa aprovado pela Assembleia Nacional Popular. Estou plenamente de acordo com o presidente da República porque não faz sentido entrar em grandes dividas que ponham em causa a futura geração, mas também não faz sentido acusar sem provas! Uma vez que existe uma entidade competente para as investigações.

Ainda no mesmo discurso, "o presidente da República não deixou claro a sua posição" como nos disse o politologo (Rui Jorge Semedo), analista permanente da Rádio Solmansi, ainda de acordo com Semedo, "o presidente da República disse no seu discurso que o problema está no governo", o Semedo deixou muito bem claro em sua análise o seguinte, “se o presidente não mostrar um objetivo concreto sobre esta crise, estamos a correr o risco de ter o terceiro governo demitido".

Para encerar está reflexão, quero deixar claro a minha posição, eu sou cidadão guineense como qualquer um independentemente de lugar onde quer que esteja. A constituição da República me deu o dever de votar, de respeitar as leis e as pessoas, assim também que me deu o direito de criticar, desde que as críticas sejam construtivas. Também quero realçar de que não tenho nada contra José Mário Vaz até porque eu votei nele, mas sou contra a sua magistratura. Sou cidadão que defende a democracia, paz, liberdade e respeito a vontade do povo, e sou contra aqueles que querem colocar seus interesses em cima dos interesses do povo da Guiné-Bissau.

Viva ya paz 

Viva ya novo governo

Viva ya respeito ao povo

Viva ya harmonia

Viva ya dialogo

Viva ya respeito a constituição e demais leis do país

Viva ya guineenses ku na resolvi se purbulema não estrangeiro 

Nha critica e pa djuda na mudança de no atitude

IE, SAMUEL ADELINO estudante de Bacharelado em ciências humanas na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira, UNILAB.

Ceará, Brasil 13 de maio de 2016 



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