quarta-feira, 11 de maio de 2016

«RECADOS» GOVERNO GUINEENSE ALERTA PRESIDENTE DA REPÚBLICA PARA "IMPREVISÍVEIS CONSEQUÊNCIAS" SE DEMITIR EXECUTIVO



O Conselho de Ministros da Guiné-Bissau responsabilizou hoje o Presidente da República pelas "imprevisíveis consequências" que poderão surgir para o país na sequência uma eventual demissão do Governo, anunciou em comunicado.

Reunido de emergência, o Conselho de Ministros decidiu "responsabilizar" o chefe de Estado, José Mário Vaz, "pelas imprevisíveis consequências que poderão advir da sua desesperada tentativa de demitir, pela segunda vez consecutiva, mais um Governo constitucional do PAIGC", escreve-se no comunicado final do encontro.

No documento, admite-se ainda que o "relacionamento da Guiné-Bissau com os seus parceiros de cooperação" possa ser afetado devido à "persistência do Presidente da República em pretender instituir um Governo inconstitucional".

O elenco ministerial responsabilizou ainda o Presidente "pela prevalência do clima de desentendimento na Assembleia Nacional Popular (ANP) devido ao seu claro posicionamento em defesa dos 15 deputados em regime de perda de mandato, tornando-se assim parte do problema e não da sua solução".

Os 15 deputados foram expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e viram-lhes decretada perda de mandato depois de alinharem com a oposição para criar uma nova maioria e derrubar o Governo.

Com esta e outras ações, o Executivo diz haver "uma intenção propositada de bloquear e fragilizar a ação governativa"

O Conselho de Ministros reuniu-se de emergência um dia depois de José Mário Vaz se ter encontrado com os partidos com representação parlamentar e ter convocado o Conselho de Estado para analisar a situação política do país - sem que se tenha pronunciado desde então.

Em agosto de 2015, Vaz demitiu o Governo do PAIGC liderado por Domingos Simões Pereira e deu posse a um outro executivo, à margem do partido maioritário, sendo obrigado a recuar após pronunciamento do Supremo Tribunal de Justiça.

Acabaria por ser o PAIGC a indicar um novo executivo, mantendo várias figuras e com Carlos Correia como primeiro-ministro.

Lusa/conosaba

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