A
historia se repete. O período pós-independência na Guiné-Bissau foi abalizada
pelo reflexo de crise politico-estrutural que se ultrajou desde os momentos
iniciais da era da colonização e, mais uma vez o povo guineense está sendo
posto em segundo plano pelos seus governantes e assim, sendo relegados a sua
própria sorte. Como é de conhecimento de todos, desde a abertura democrática o
país jamais teve um governo eleito que concluiu o seu mandato. Tais fatos
contribuíram muito e fizeram com que até nos momentos atuais o país não consiga
encontrar uma direção certa com vistas à busca de uma estabilidade
sócio-político-eficaz e duradoura. Posto isto, surge à necessidade de a classe
intelectual guineense e os jovens de fazermos uma revolução mental em prol da
mudança de paradigma. O nosso país não carece de intelectuais jovens tanto quanto
da parte dos mais velhos, mas sim, carecemos é de intelectuais com espírito patriótico, isto é, pessoas que, independentemente da posição que assumem e das
suas crenças, sempre colocam em primeiro lugar a vontade popular e não os
interesses pessoais. É certo que temos intelectuais que colocam a Nação em
primeiro plano e que defendem os interesses do povo, mas, os números não são
encorajadores, por isso, necessitamos de mais pessoas com espírito patriótico.
O que
temos vistos nos últimos meses em Bissau (Guiné-Bissau) demonstra claramente que é necessário que haja
reformas, mas reformas não só nas forças armadas, mas, sim, na classe politica
também. A experiência de certa forma não
é o esperado, não foi boa e não está sendo. No entanto, enquanto não houver
indivíduos conhecedores da área (-pessoas que entendem da politica, que têm
conhecimentos académicos sobre politica) e não experiência obtida pela
curiosidade e ousadia de tentar fazer politica, torna-se cada vez mais difícil de
sairmos das situações do tipo em que se encontra o nosso país.
Ser um
líder, um representante máximo de uma Nação ( presidente da republica) é ser:
um
homem com capacidade de lidar com assuntos mais difíceis de resolver na base de
dialogo com a finalidade de chegar a um consenso, - que não é intolerante,
orgulhoso até o ponto de não saber enxergar o sofrimento do seu próprio povo; - mas que é capaz de resolver os assuntos mais
complexas com a brio de um ser humano patriota.
Ele deve
sim, ser uma pessoa que tenha ideais genuinamente tolerantes, capaz de
reverenciar e ao mesmo tempo ter idoneidade
de saber lidar com quem pensa de forma diferente, uma vez que os dois têm
objetivos comuns ou devem ter quando se trata da busca de mecanismos que
facilitam e contribuam para o desenvolvimento de uma Nação.
Caros
irmãos guineenses, o momento é de grande incerteza em relação ás pessoas que
sempre depositamos nossa confiança para dirigir o destino do nosso país, mas
também já é chegado a hora de mudarmos de paradigma. Convido-vos a fazermos uma
profunda reflexão sobre indivíduos que no futuro daremos o voto de confiança
para nos liderar, repito “a experiência não foi boa e não está sendo”. Há quem
diga que “a mesma água não corre duas vezes no mesmo rio” mas no nosso caso
isso sempre acontece. Afirmo isso acontece porque, são sempre as mesma pessoas,
das mesmas formações políticas e com os mesmos ideais mas - diferentes dos
ideias de Amílcar Cabral é que sempre são titulares de órgãos públicos no nosso
pais.
Portanto,
surge a necessidade de mudarmos o rumo dessa historia, a juventude guineense (nós)
temos missão/tarefa para com a sociedade guineense a cumprir, cada um de nós na
sua área pode fazer a diferença e contribuir para que haja uma mudança de
paradigma.
Suleimane Alfa Bá, estudante de ciências
humanas pela Universidade de Integração Internacional da lusofonia
Afro-Brasileira-UNILAB e bolsista de iniciação científica PIBIC/UNILAB.
suleimaneba@yahoo.com.br
São
Francisco do Conde, quarta-feira 07 de Outubro de 2015
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