quinta-feira, 8 de outubro de 2015

«OPINIÃO» "A JUVENTUDE GUINEENSE E A NECESSIDADE DE MUDANÇA DE PARADIGMA" - SULEIMANE ALFA BÁ


A historia se repete. O período pós-independência na Guiné-Bissau foi abalizada pelo reflexo de crise politico-estrutural que se ultrajou desde os momentos iniciais da era da colonização e, mais uma vez o povo guineense está sendo posto em segundo plano pelos seus governantes e assim, sendo relegados a sua própria sorte. Como é de conhecimento de todos, desde a abertura democrática o país jamais teve um governo eleito que concluiu o seu mandato. Tais fatos contribuíram muito e fizeram com que até nos momentos atuais o país não consiga encontrar uma direção certa com vistas à busca de uma estabilidade sócio-político-eficaz e duradoura. Posto isto, surge à necessidade de a classe intelectual guineense e os jovens de fazermos uma revolução mental em prol da mudança de paradigma. O nosso país não carece de intelectuais jovens tanto quanto da parte dos mais velhos, mas sim, carecemos é de intelectuais com espírito patriótico, isto é, pessoas que, independentemente da posição que assumem e das suas crenças, sempre colocam em primeiro lugar a vontade popular e não os interesses pessoais. É certo que temos intelectuais que colocam a Nação em primeiro plano e que defendem os interesses do povo, mas, os números não são encorajadores, por isso, necessitamos de mais pessoas com espírito patriótico.

O que temos vistos nos últimos meses em Bissau (Guiné-Bissau)  demonstra claramente que é necessário que haja reformas, mas reformas não só nas forças armadas, mas, sim, na classe politica também.  A experiência de certa forma não é o esperado, não foi boa e não está sendo. No entanto, enquanto não houver indivíduos conhecedores da área (-pessoas que entendem da politica, que têm conhecimentos académicos sobre politica) e não experiência obtida pela curiosidade e ousadia de tentar fazer politica, torna-se cada vez mais difícil de sairmos das situações do tipo em que se encontra o nosso país.

Ser um líder, um representante máximo de uma Nação ( presidente da republica) é ser:
um homem com capacidade de lidar com assuntos mais difíceis de resolver na base de dialogo com a finalidade de chegar a um consenso, - que não é intolerante, orgulhoso até o ponto de não saber enxergar o sofrimento do seu próprio povo; -  mas que é capaz de resolver os assuntos mais complexas com a brio de um ser humano patriota.

Ele deve sim, ser uma pessoa que tenha ideais genuinamente tolerantes, capaz de reverenciar  e ao mesmo tempo ter idoneidade de saber lidar com quem pensa de forma diferente, uma vez que os dois têm objetivos comuns ou devem ter quando se trata da busca de mecanismos que facilitam e contribuam para o desenvolvimento de uma Nação.
Caros irmãos guineenses, o momento é de grande incerteza em relação ás pessoas que sempre depositamos nossa confiança para dirigir o destino do nosso país, mas também já é chegado a hora de mudarmos de paradigma. Convido-vos a fazermos uma profunda reflexão sobre indivíduos que no futuro daremos o voto de confiança para nos liderar, repito “a experiência não foi boa e não está sendo”. Há quem diga que “a mesma água não corre duas vezes no mesmo rio” mas no nosso caso isso sempre acontece. Afirmo isso acontece porque, são sempre as mesma pessoas, das mesmas formações políticas e com os mesmos ideais mas - diferentes dos ideias de Amílcar Cabral é que sempre são titulares de órgãos públicos no nosso pais.

Portanto, surge a necessidade de mudarmos o rumo dessa historia, a juventude guineense (nós) temos missão/tarefa para com a sociedade guineense a cumprir, cada um de nós na sua área pode fazer a diferença e contribuir para que haja uma mudança de paradigma.

Suleimane Alfa Bá, estudante de ciências humanas pela Universidade de Integração Internacional da lusofonia Afro-Brasileira-UNILAB e bolsista de iniciação científica PIBIC/UNILAB.

suleimaneba@yahoo.com.br

São Francisco do Conde, quarta-feira 07 de Outubro de 2015

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