“Aqui se faz aqui se
paga”
Numa famosa cidade de Capital guineense chamada Kupilum, situada perto de “Praça de
Bissau”, era uma cidade renomada na fama de mulheres bonitas, mais gostosas e
sem muitas dificuldades de conquistá-las, graciada com as duas melhores
discotecas de cidade de Bissau, Stop
e Sabura, tinha grandes aglomerações
quase todos os dias, grandes noitadas de se gabar e nunca perde de marcar a sua
estimada presença. Pois, é o encontro das melhores Manas de kutikatis, badjudas n’bombo, Kotas de ginásio e Jovens Roncantes.
Foi nessa cidade parecida nas suas noites com Las Vegas, que um rapaz que acabou de
chegar de estudo no exterior, depois dos seus dez anos e poucos meses de estudo
no estrangeiro, finalmente, acabou por se morar depois de ter começado o
trabalho nas finanças e com mais três bicos
noutros serviços pelo seu talento e simpatia em lidar com as pessoas e o
trabalho. Quem apostaria que deixasse de utilizar esse seu precioso dom nas
cantadas com as mulheres. E por falar em
mulheres, em especial em Kupilum em
que uma senhora de cinquenta parecia com uma Katorzinha.
Pelas tantas que passavam por ele e tantas que ele
fazia promessas de amor e de uma vida de princesa num castelo de rosas com um
jardim mais maravilhoso que nem o Éden, conheceu uma senhora que nunca trocava
ginásio Esporting Club de Bissau por
nada, nem mesmo pelo velório do seu amado falecido marido. Essa mulher com um
corpão e um olhar de se matar roubou coração do jovem encantador que esqueceu
que em Kupilum existia, existe e
continuará existir muitas e muitas mulheres bonitas e mais escolhas.
Numa tarde de sábado ao descer pela Capela, deu a
vista numa donzela única que jamais Kupilum
chegou de ver ou conhecer, era ela a mais bonita e sedutora de todas. O jovem pôs-se
a pensar... durante três dias ficou com febre sem comer só pensando na jovem
donzela, e nem dava conta na sua senhora de corpão malhado que nem Juju salameni.
Começou com grosseria, problemas e mais problemas,
pediu um tempo com a senhora.
Começou a
arranjar melhores planos para atrair e conquistar a donzela, ele encheu-a de
flores mais bonitas, caras e cheirosas, e a levava para melhores restaurantes
de cidade de Bissau, acabando por conquistar a donzela.
Sem pensar, após a dois meses de namoro, pediu a mão
da menina em casamento. A menina pediu-lhe mais tempo, o jovem com tanta
insistência, finalmente, a menina aceitou. Hora de conhece resto dos
familiares, porquanto a menina vivia com os avós, o pai tinha falecido e era um
pesadelo grande para os avós que decidiram cuidar da neta para recordar o
filho.
Então, a menina e os avós mais o jovem partiram rumo à
casa da mãe da menina, ao chegarem à rua da mãe a menina apontou a casa de
longe, o jovem teve que parar o carro e pediu ir ao médico, visto que, pegou um
enfarte, naquela situação agonizante chamaram um taxi e levaram-no a clínica e
só voltou à vida ativa, após a uma semana. Passou um mês, dois, três sem uma
conversa sobre o casamento, para menina era melhor coisa que estava a acontecer,
porque ela era tão jovem ainda e precisava viver mais a vida de solteira e
namorar ao invés de esposa, sabe se lá a mãe.
Mas para os avós que já se dispuseram a contar a toda
vizinhança sobre o casamento da netinha querida e única lembrança e consolo da
morte do filho, era mais que hora de casar a sua neta com o lindo, simpático,
inteligente, trabalhador e honesto jovem, começaram a puxar a orelha da neta. Como
a coitada já os conhecia não ligava nem um pouco. Para os velhos não é o
caminho de casar a neta que faltava. Marcaram um jantar com a família toda
inclusive a mãe sem contar à filha e chamaram os pombinhos de surpresa, logo
que os dois entraram deram de cara com uma senhora muito bonita com aquele
corpão, a filha com muita saudade foi dar um abraço à mãe e a mãe com a sua
simpatia e larga experiência de vida voltou para o jovem que estava quase a ter
um ataque cardíaco e disse-lhe.
- Este lindo jovem
não é o meu amado genro, venha cá me dar um abraço parece que a sua futura
esposa vai ter que ensinar-te ainda os bons modos. Dando um sorriso
inconformado (sem sal).
Fofoca era a que não faltava em Kupilum. Com grande número de pessoas que só falavam na vida dos
outros, murmuravam e sussurravam sobre o casamento de amante da mãe com a filha,
só a pobrezinha e os avós não estavam sabendo do djumbai do bairro do Kupilum.
Como se diz em crioulo noba kata paga
passadju, a boa ou má notícia chegou aos ouvidos dos avós, esses
resolveram-se calar como um Kombe.
Faltava uma semana para o casamento e a mãe estava
muito pensativa, andando de um lado ao outro da casa, perguntando, será que
devo guardar esse segredo pela felicidade da minha filha ou devo deixar a
cartas limpas antes que ela venha me odiar para sempre no dia que souber que
casou com amante da sua mãe? É nesse pensamento que a mãe passou por seis dias
antes de casamento até que chegou o dia da cerimônia. Falou por si mesma.
-A Mãe é A Mãe.
Chamou a filha
antes de entrar no carro, contou-lhe toda verdade, pediu desculpas por ter demorado
até naquele momento para depois dizer-lhe a verdade, salientando que só queria
a felicidade da filha. Essa chorou muito abraçou a mãe disse-lhe. - Muito
obrigada.
Depois, entrou
no carro e foram para igreja. Felizmente casaram e o Hotel Azalait conheceu a
mais chique e melhor festa de casamento que jamais realizou, desde o inicio do
seu funcionamento como hotel, convidados de classe, carros de luxos, melhores músicas
com o grupo Super Mamadjombo e os pratos servidos pelos melhores chefes da culinária
de toda Guiné-Bissau, Lá, se foram milhões e milhões de FCFA, gastados numa
festa de casamento que nasceu de um fruto de traição e abandono de uma que é a
mãe da graciada.
Dois meses de casamento, tudo de lua de mel no
exterior, só viver a vida e bons momentos, para recordar. Estava sendo marcada
pelos melhores fotógrafos contratados para acompanhar a viagem e os selfie
tirados pelos melhores smaphones (iphone e Samsung galaxy) que será impregnado
no álbum do casal.
É hora de voltar ao mundo real e sair dos filmes e dos
contos de fadas, de volta a casa, continuando o clima de felicidade. Tudo
passou a esposa está feliz na vida com um novo lar e um apelido novo, senhora
de tal, mesmo sendo muito nova e jovem.
No mundo assim como em Kupilum não só tem princesas e belezuras femininas, a jovem casada
que andava num carro de vidro escuro, presente do marido super protetor, que
esqueceu que não é só do lado de fora que se vê, também de dentro de carro tem
olhos, a jovem esposa olhou com vista grossa no mesmo local milagroso, “na
descida da Capela”, e viu um cara, logo pensou...
- Nasci para viver com esse jovem e não virar esposa e
senhora de casa antes dos meus vinte anos.
Começou a passar chifre no marido, adulterando sem
mínimo de sigilo. A notícia caiu nos ouvidos do marido. Arrependido pensou na
mulher que deixou e foi casar com a menina que não tinha um pingo de
responsabilidade, enlouqueceu.
A jovem esposa saiu de casa, deixou um bilhete em que
se podia ler o escrito “aqui se faz, aqui se paga”.
Bruno João Cá
Fidju
di Djon Ka
Licenciando do Curso de Letras-Língua Portuguesa na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
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