sábado, 4 de janeiro de 2020

UM APELO À RESPONSABILIDADE

A 2.ª volta das eleições presidenciais foi considerada pelo órgão superior e responsável pela sua organização como idóneas e soberanas. Assim como a observação internacional garantiu-nos cumprida a liberdade, a justeza e a transparências do ato eleitoral. 


E agora?

Imagine-se que neste contexto, quando cada um e cada qual deveria assumir a sua responsabilidade, como habitualmente, para não ser exceção, eis que voltamos à IRRESPONSABILIDADE de uns, de modo a melhor caracterizar a nossa expertise de estar e de fazer política neste pequeno país, ora para tentar interditar a assunção da magistratura suprema da Nação, ora para que democraticamente não se aceite os resultados do pleito.

Por favor, chega! Este país não aguenta mais! Este Povo não aguenta mais! TENHAM DÓ!

O PRINCIPAL RESULTADO DAS PRESIDENCIAIS é a confirmação clara da divisão dos guineenses, num reafirmar de duas alas, barbaramente forjadas, implantadas e consolidadas de 2015 a 2019, totalmente visíveis na diferença numérica de 38 891‬ votos de cidadãos eleitores. É pouco, mas significativo. Não foi novidade! Ninguém de bom senso pode ter dúvidas disso e é este exatamente o ponto da NOVA PARTIDA. Desprezar este facto é persistir e agir na dicotomia imoralmente alcançada, para retirar os lucros das sucessivas lutas pela manutenção do poder.

Não será este UM SINAL evidente num país que mal respira, onde a maioria das pessoas vão levitando e não vivendo dignamente? Não será este um sinal mais que suficiente para que cada ator político assuma a sua responsabilidade? Ou o ideal é mantermo-nos desesperadamente como estamos hoje, no impasse do arranque da Nação/Estado e, mais uma vez, ludibriar a vontade popular com o lema: nós também fomos ludibriados?

CHEGA! Por favor! Pelo povo! Pelo país! Pelo Estado!

Nenhum órgão da soberania deste país irá funcionar em pleno sem que seja promovida a CONCÓRDIA NACIONAL. Este Estado não pode sobreviver sem que igualmente seja empreendido um combate sério e sem tréguas à CORRUPÇÃO. Só não vê quem não quer.

Parem já, e hoje!

Nestes 36 mil km2, enquanto nos mordemos saborosamente uns aos outros, de dentro e de fora, em claque descompensada e com argumentos estapafúrdios, os nossos olhos não podem ver, mesmo ao nosso lado, aquela criança sem palavras, aquele jovem sem perspetivas, aquela mulher desesperada na labuta diária e aquele homem perdido em sonhos irrealizáveis.

BASTA! Concentração e consciência nacional.

FECHOU O CICLO: legislativas, 1.ª e 2.ª volta das presidenciais. Que se feche o ciclo!
Que se deixe o Presidente que ganhou do Povo presidir esta Nação, e se lhe deixe assumir o fardo e a responsabilidade. Pois, o povo estará aqui para julgar e só a ele compete fazê-lo. Que se ganhe na ESTABILIDADE!
Que ressurja uma Assembleia Popular efetivamente legislativa, blindada e preparada para assumir as suas funções constitucionais, nomeadamente de fiscalização politica. Que se ganhe na ESTABILIDADE!
Que se tenha um Governo de maioria parlamentar, com instrumentos de governação, estável e abrangente. Que possa administrar minimamente este pequeno país, dando o ínfimo que o população espera do resto da legislatura em curso. Coisa pouca: saúde, escola, justiça e alguma dignidade. Que se ganhe na ESTABILIDADE!

Uma pedra nas guerras intestinais a bem de todos nós, também é o mínimo que se pede aos habituais SENHORES DAS DISCÓRDIAS. Alguns devem começar a pensar nos netos, já que está visto que pensam em demasia em si e nos filhos. Porque, se a ESTABILIDADE sair à Guiné-Bissau, sairá a todos nós guineenses, aqui dentro ou lá fora, e todos teremos o nosso espaço.

Os que insistirem no “OU NÓS OU ELE OU NADA” lembrem-se que no nosso âmago somos todos guineenses e muitos temos o nobre propósito de ser enterrados neste solo. Por isso, o importante é a coisa arrancar sem brecagem.

Vamos tentar e ver se é desta que nos sai? Como o que temos? Vamos ser conscientes, ter serenidade, bom senso e começar a pensar em arregaçar as mangas, cada um com o que puder, para retirar o país do atoleiro?
Será que é pedir muito?

Por favor! A Guiné merece outra coisa (MUDANÇA) há pelo menos quatro décadas. Esqueçam os responsáveis e sejamos RESPONSÁVEIS a bem de todos os merecedores dessa responsabilidade e da nossa Guiné-Bissau!



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