O que pode mover um único indivíduo a colocar-se ao lado dos interesses estrangeiros, até atrás de forças militares estrangeiras, contra os interesses do seu próprio povo?
Pelos exemplos que a história mundial e particularmente a nossa história personificada num dos melhores guerrilheiros que a Guiné-Bissau conheceu, Nino Vieira, o que motiva um licenciado não militar a querer mandar num povo que não o reconhece como o desejado líder?
Frantz Fanon muito escreveu sobre o complexo do intelectual colonizado, mas nunca esperei que, quase meio século depois, iria assistir esse fenómeno a manifestar-se de forma muito vincada na pátria onde deixei o meu umbigo!
Julgo que nenhum guineense deseja mais uma guerra na Guiné-Bissau, assim como julgo que os interesses externos para com a Guiné-Bissau estão e estarão dispostos, inclusive a provocar uma guerra na Guiné-Bissau, para conseguir pôr em execução a sua agenda económica, contra os interesses do próprio povo guineense, com a devida ajuda dos novos Honórios Barretos que nunca se afirmaram profissionalmente e que assumiram ser a cara da execução dessa agenda externa na Guiné-Bissau.
Oxalá que esteja completamente enganado, mas quer me parecer que, ou o povo cede a sua soberania, o seu orgulho patriótico e os séculos de resistência na dor e com esperança, ou vamos mesmo ter mais uma guerra na Guiné-Bissau, em prol de compromissos assumidos pelos maus filhos da terra, que nunca sentiram verdadeiramente a dor da fundação daquela nação...
Dei comigo hoje a pensar, se em vez de uma luta fratricida para a defesa dos nossos valores pátrios, se a solução não está nos ensinamentos de Mahatma Gandhi, da resistência pacífica, ensinando a essa gentalha, que ninguém consegue dominar um país, sem a devida permissão do seu povo...
Contaram sempre com a ignorância e o obscurantismos que remeteram o povo. Será que não chegou a hora de lhes demonstrar que é com a inteligência que recusamos o domínio estrangeiro?
Que Deus abençoe a minha pátria e o seu povo.
Um 2020 de liberdade e garantias para todos os guineenses. Que continuemos o legado do Dr. José Mário Vaz.
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