Demissão de Guebuza apanha Moçambique de surpresa e acaba com dualidade de poderes!
Numa decisão surpreendente o presidente da Frelimo, Armando Guebuza, demitiu-se Domingo da liderança do partido no poder em Moçambique, despoletando assim o que se adivinhava como um crescente conflito com o chefe de estado Filipe Nyusi que foi de imediato eleito para chefiar o partido.
A demissão de Guebuza ocorreu numa reunião do Comité Central na Matola, nos arredores do Maputo onde a questão da sucessão de Guebuza não era, pelo menos em delcarações públicas uma das questões em análise.
Armando Guebuza
"O camarada presidente Armando Emílio Guebuza surpreendeu os membros do Comité Central e apresentou a sua demissão, que foi aceite", anunciou o porta voz da Frelimo Damião José..
Nyusi foi subsequentemente eleito presidente da Frelimo, confirmou posteriormente Damião José.
Desde que Nyusi foi eleito presidente tinha havido crescentes interrogações sobre a dualidade do poder com Guebuza a controlar o partido no poder e Nyusi na presidência da república.
Alguns analistas interrogaram-se por exemplo sobre se os deputados da Frelimo no parlamento iriam obedecer á presidência do partido ou do país em caso de conflito entre os dois.
Essas dúvidas tinham aumentado de intensidade depois de Nyusi ter mantido um encontro com o líder do partido da oposição Afonso Dhlakama que exige a criação de regiões autónomas nas províncias que o seu partido ganhou.
Na abertura dos trabalhos do Comité Central, Armando Guebuza criticou na Quinta-feira aqueles que, segundo disse, publicamente procuram dividir e semear a confusão no partido.
"Preocupa-nos a postura e comportamento de alguns camaradas que publicamente engendram acções que concorrem para perturbar o normal funcionamento dos órgãos e das instituições e para gerar divisões e confusão no nosso seio", disse.
Guebuza descreveu criticas às suas posições e á dualidade de poderes como uma tentativa de destruir a Frelimo.
Nyusi ganha o partido depois de ter sido eleito Presidente da República em Outubro de 2014, sucedendo também a Armando Guebuza, que havia completado dois mandatos como chefe de Estado.
Dos 189 elementos presentes do Comité Central, 186 votaram a favor, tendo-se verificado duas abstenções e um nulo.
voaportugues
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