Abuja - O Partido Democrático Popular (PDP), no poder na Nigéria, acusou o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (INEC), Attahiru Jegade, parcialidade e tribalismo.
"Você está a ser muito parcial, senhor presidente. Já não temos confiança no que você está a fazer", declarou o representante do PDP no centro de contagem dos resultados,
Godswill Orubebe, ao presidente da INEC, perturbando assim o anúncio em curso dos resultados das eleições presidenciais realizadas sábado e domingo últimos na capital
federal, Abuja.
"Já não confiamos em você pois você é parcial. Já não acreditamos em você. Você está comprometido. A não ser que você faça alguma coisa para as nossas queixas como o fez
para o Congresso Progressivo (APC, parte adversa), senão, não continuaremos com você", ameaçou Orubebe gritando.
Revelou que a INEC criou uma comissão para investigar sobre supostas fraudes denunciadas pelo APC no Estado do sul de Rivers (sul) mas que não fez nada para
atender aos protestos do PDP sobre estes mesmos problemas em vários Estados.
Recusou-se a escutar Jega quando tentava responder a estas acusações, dizendo-lhe para voltar ao seu gabinete.
Empurrou agentes de segurança que tentavam acalmá-lo.
Finalmente quando Jega conseguiu falar, declarou calmamente que a petição do PDP não foi correctamente formulada.
"Comecei a contagem. Eu não posso receber petições nesta sala. Neste momento em que vos falo, não recebi nada do PDP", frisou.
Quanto às acusações segundo as quais os resultados eleitorais já foram publicados pelo APC, o presidente da INEC disse não ter dado resultados nenhuns, sublinhando só ter
publicado os de que dispunha.
"Não perturbemos um processo que se iniciou de forma pacífica”, concluiu Jega.
O anúncio dos resultados retomou depois e depois de publicados quase 51 porcento dos mesmos segunda-feira à noite, o principal partido da oposição da Nigéria, o APC, lidera as
eleições presidenciais diante do PDP, no poder.
O PDP perdeu um ligeiro avanço a favor do APC, quando o número dos Estados, onde os resultados foram anunciados, passou de nove para 19, incluindo o Território da Capital
Federal (FCT), num total de 36 Estados além do FCT.
Para ganhar o escrutínio, um candiadto deve obter 25 porcento dos votos nos dois terços dos 36 Estados e no FCT, além de obter uma maioria simples.
Este escrutínio presidencial é uma confrontação directa entre o Presidente cessante, Goodluck Jonathan do PDP, e o seu principal adversário, Muhammadu Buhari, general
reformado, do APC.
A oposição nunca venceu um Governo cessante na história democrática da Nigéria, o que quer dizer que o APC vai ser o primeiro caso neste sentido, se estas tendências se
confirmarem no fim do anúncio dos resultados nesta terça-feira.
portalangop
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