Administração Obama criticou as anteriores declarações do primeiro-ministro israelita e disse estar a rever a sua posição
Benjamin Netanyahu desmentiu, ontem, as afirmações que fizera, aquando da campanha eleitoral, sobre a criação de um Estado palestiniano e garantiu também que não é racista. Este recuo do primeiro-ministro de Israel acontece depois dos EUA terem feito passar a mensagem que, a manter-se a posição do líder do Likud sobre o processo de paz, Washington aprovaria o regresso de Israel às fronteiras pré-Guerra dos Seis Dias (1967).
"Eu não mudei a minha política. A realidade é que mudou", afirmou ontem Netanyahu ao canal de televisão MSNBC. Nesta sua primeira entrevista após o escrutínio que deu uma vitória clara ao Likud, com 30 lugares no Knesset, o primeiro-ministro avançou: "Não quero a solução de um Estado; quero a solução pacífica e sustentável de dois Estados, mas, para isso, as circunstâncias têm de mudar".
Na véspera das eleições, Netanyahu afirmara de forma bem clara que "se for eleito, não haverá Estado palestiniano". Esta declaração provocou reações não só dos palestinianos mas também dos Estados Unidos e da Europa.
Ontem, era opinião generalizada na Casa Branca que Netanyahu fora longe de mais com as declarações que proferiu durante a campanha eleitoral. E fontes da administração de Barack Obama afirmaram que o presidente estava a "reavaliar as suas opções" face a Israel, podendo apoiar uma resolução que estabeleça as linhas de pré-Guerra dos Seis Dias (junho de 1967) como as fronteiras israelitas.
"As posições assumidas pelo primeiro-ministro nos últimos dias da campanha levantaram questões significativas", disse um responsável da administração que adiantou: "Se a posição do governo de Israel deixou de ser a criação de um estado palestiniano, vamos ter de alargar o espetro das nossas opções; esta é a nossa mensagem".
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