"O corpo estava em decomposição. Um corpo que nem foi descoberto, mas como é que podia saber que se trata este ou aquele. É preciso prudência em relação a isto", frisou.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou esta quinta-feira estar "com reserva" em admitir a morte do seu segurança Mamadu Tanu Bari, que a família disse ter sido assassinado e o corpo atirado ao rio Mansoa, no norte do país.
Em declarações aos jornalistas, à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros, a que presidiu, Sissoco Embaló afirmou que não pretendia falar do assunto por se encontrar sob investigação da Polícia Judiciária e da Inteligência Militar.
"O corpo estava em decomposição. Um corpo que nem foi descoberto, mas como é que podia saber que se trata este ou aquele. É preciso prudência em relação a isto", frisou.
Tanu Bari é o irmão mais novo de Tcherno Bari, chefe do corpo de segurança de Umaro Sissoco Embaló, atualmente detido nas instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas, sem que se saiba dos motivos.
No passado dia 23 de junho, fontes militares disseram à Lusa que Tcherno Bari, mais conhecido por Tcherninho, tinha sido detido na véspera por elementos da Polícia Militar após se ter, alegadamente, recusado a responder a uma convocatória do Estado-Maior das Forças Armadas.
No mesmo dia, Umaro Sissoco Embaló afirmou que Tcherno Bari foi convocado pelo Estado-Maior por ser militar, frisando que "qualquer militar não pode faltar a uma convocatória do superior hierárquico".
Esta semana, numa conferência de imprensa, um irmão de Tanu e de Tcherno Bari confirmou que o corpo encontrado por pescadores na localidade de João Landim seria do seu irmão mais novo que teria sido assassinado dias antes.
Umaro Sissoco Embaló declarou hoje que prefere aguardar pela investigação, considerando Tanu Bari "um desaparecido", mas garantiu que, se se confirmar a sua morte, o caso não ficará impune, lembrando que o tratava "como se fosse um filho".
O Presidente guineense frisou que não compactua com a violência, mas que também não pode basear o seu posicionamento em boatos.
Sissoco Embaló confirmou a autenticidade de um áudio posto a circular nas redes sociais de guineenses em que falava com Tanu Bari, que estaria no estrangeiro e a quem tentava convencer a regressar ao país.
"Penso que no áudio que vazou ouviram que o estava a tratar como um filho", sublinhou Embaló, destacando, contudo, que Tanu Bari não podia estar a gravar a conversa com o chefe de Estado, por ser um crime.
O Presidente guineense disse que sabia que estava a ser gravado por Tanu Bari e que pode repetir publicamente toda a conversa então mantida com o elemento do seu corpo de segurança.
Lusa

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