Foi apresentado na semana passada em Bissau o livro intitulado “Manecas Santos – Uma Biografia da Luta”, da autoria da politóloga Rosário Luz. A obra retrata a trajetória de Manecas Santos, um dos mais destacados combatentes pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. O lançamento contou com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, como forma de homenagear o combatente Manecas, sendo uma figura incontornável na conquista da independência do país.
De acordo com a RDN, a autora Rosário Luz explicou que o seu primeiro livro explora as realidades sociais da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, duas antigas colónias portuguesas na África Ocidental, bem como “as motivações políticas dos combatentes do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde)”, tudo isso visto através dos olhos do jovem guerrilheiro Manecas Santos.
“Manecas sobrevive como o segundo homem de Nino Vieira, mas não é um político. Exerceu funções políticas porque foi necessário, mas ele não pensa como um político, nem tem o ímpeto para preservar determinadas narrativas políticas, nomeadamente sobre Cabral, defendidas por outros colegas de percurso”, disse a politóloga e também sobrinha do Manecas Santos.
BIOGRAFIA
Manuel Maria Monteiro Santos nasceu no dia 30 de outubro de 1942 em São Vicente, Cabo Verde. Em 1957 integrou a fileira do PAIGC, como recruta onde foi enviado para treinamento militar em Cuba e na URSS. Tornou-se comandante de artilharia na guerra pela independência. Liderou o grupo de guerrilheiros que utilizou mísseis antiaéreos Strella contra as aeronaves portuguesas.
Após a independência, ocupou diferentes cargos governamentais, incluindo ministro dos transportes e turismo em 1978, ministro de formação e telecomunicações, o ministro das infraestruturas sociais, ministro da Economia e Finanças e ministro dos Recursos Naturais e Indústria.
Mesmo após o golpe de Estado de 1980, permaneceu na Guiné-Bissau e na política. Ele era um colaborador próximo de João Bernardo Vieira.
Manecas foi nomeado segundo vice-presidente, de abril de 1987 a junho de 1989. Foi ministro das Finanças, de 1990 a 1992.
Após a reeleição de João Bernardo Vieira como presidente em 2005, Manecas retomou as suas atividades empresariais. Em março de 2011 foi nomeado embaixador em Angola. Após o golpe de Estado de 2012, Manecas foi nomeado embaixador nas Nações Unidas.
Por: Epifania Mendonça
Conosaba/odemocratagb
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