O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, acusou o presidente da Assembleia Nacional Popular e líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIG), Domingos Simões Pereira, de ser “golpista”, afirmando que saiu do país como um fugitivo.
Embaló fez estas acusações na manhã desta segunda-feira, 20 de janeiro de 2025, na sua declaração aos jornalistas depois da deposição de coroas de flores no túmulo de Amílcar Cabral e de outros heróis da luta de libertação nacional sepultados no mausoléu de São José da Amura, em Bissau, no quadro da celebração do dia dos heróis nacionais, que se assinala a 20 de janeiro, data do assassinato de Amílcar Cabral, líder da luta pela independência da Guiné-Bissau.
O chefe de Estado chegou ao mausoléu de São José da Amura, acompanhado de elementos do seu gabinete, onde foi recebido pelo ministro da Defesa Nacional, Dionísio Cabi, bem como pelo ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Aly Hizaji e pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, General Biaguê Na N’Tan, que o acompanharam para depositar coroas de flores nos túmulos de Amílcar Cabral e de outros heróis nacionais.
Solicitado a pronunciar-se sobre a declaração do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, na qual afirma que faltam 41 dias para o fim do mandato do Presidente da República, respondeu que vai garantir aos guineenses que não haverá indisciplina na Guiné-Bissau, “como tentaram várias vezes”.
“Não é a primeira vez que Domingos Simões Pereira está a apelar ao povo guineense para sair a rua e esse povo gosta mais de mim, razão pela qual me elegeram Presidente da República, por isso, só vou sair através das urnas e quem tentar fazer golpe, pagará caro mesmo”, assegurou.
Sobre a situação dos combatentes da liberdade da pátria, disse que a situação dos combatentes faz parte das prioridade de todos os governos, tendo frisado que ele é o Presidente da República e que apenas fez cinco anos. Acrescentou que a situação do país é complicada, em que as pessoas que nasceram em 1974, ano em que a luta terminou afirmam hoje serem combatentes da liberdade da pátria.
“Veio prestar homenagem aos dignos filhos da Guiné-Bissau e África em geral, porque como sabem Amilcar Cabral é lider da libertação nacional e 20 de janeiro simboliza a data do seu assassinato, enquanto digno filho da Guiné e Cabo Verde, também essa data passou a ser o dia dos heróis nacionais, por isso na qualidade do Chefe de Estado, vim prestar homenagem. Também ficou bem patente aqui no mausoléu da Amura que não haverá nenhuma desordem dos partidos políticos em depositar coroas de flores num lugar como este que é reservado somente para soledade e atos de estado como acontecem em todo mundo. É preciso saber que há coisas que devemos separar com a demagogia política e enquanto presidente da República, nenhuma formação política entrará aqui para depositar coroas de flores e essa orientação foi dada ao Chefe de Estado-maior das forças armadas”, sublinhou.
Sissoco Embaló disse que antes de deixar o poder, indicará o povo guineense quem irá substitui-lo no cargo da Presidência da República para ser votado, porque em nenhum momento deixará a Guiné-Bissau com qualquer pessoa, razão pela qual Deus lhe fez salvar no passado 01 de fevereiro de 2022 e 30 de novembro a 01 de dezembro de 2023 para continuar a dirigir este país. Disse que aquela tentativa não acontecerá mais na Guiné- Bissau, porque o povo precisa de viver em paz e quem quer viver bem, não é na política, mas sim deve ir trabalhar nos outros setores para ganhar dinheiro e não roubar do erário público.
Embaló, assegurou que está a espera do que vai acontecer no dia 27 de fevereiro do ano em curso como estão a dizer algumas formações políticas. Adiantou que não foi a Comunidade Económica dos Estado da África Ocidental e Nações Unidas que o colocaram no poder, mas sim o povo guineense de maneira que não haverá desordem na Guiné-Bissau e aquelas organizações sabem quem é Umaro Sissoco Embaló e quem não está de acordo com a data de 4 de setembro, pode recorrem ao Supremo Tribunal de Justiça para fazer o seu direito valer.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb.
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