quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Branqueamento de capitais. HÁ ANOS QUE TEMOS VINDO A ALERTAR O MINISTÉRIO PÚBLICO SOBRE O FENÓMENO

A Célula Nacional de Tratamento de Informação Financeira da Guiné-Bissau (CENTIF-GB) insurgiu hoje contra o não andamento dos processos no ministério público.

A revolta desta instituição foi tornada pública, esta quarta-feira, pelo presidente numa entrevista à rádio Sol Mansi perante a notícia avançada pela CNN sobre corrupção que supostamente envolve o governante guineense.

Justiço Sá disse que é difícil trabalhar na Guiné-Bissau onde as entidades judiciais não funcionam em plenitude, por isso, lembra que o combate ao branqueamento de capitais requer poder judicial forte.

Sá sustenta ainda a sua revolta pelo fato do não andamento de vários processos através dos relatórios enviados ao Ministério Público que indiciam os infratores.

“O que está acontecer é chamada de atenção que temos vindo a fazer há tempo, neste caso, demostra que é difícil trabalhar na Guiné-Bissau onde as entidades judiciais não funcionam em plenitude. O branqueamento de capitais requer poder judicial forte, há anos que temos vindo a enviar relatórios ao Ministério Público sem que haja a evolução do processo”, lamentou o presidente do CENTIF.

Carlos Brandão ex-administrador e responsável pelo Departamento de Risco do Novo Banco (Portugal), é suspeito de ter sido corrompido por pelo menos um membro do governo da Guiné-Bissau, com quem mantinha encontros secretos, para branquear na banca portuguesa, fortunas desviadas do erário guineense.

A este propósito, o presidente CENTIF disse que a situação é preocupante na medida que o país depara com várias carências, sobretudo na educação, saúde, enquanto alguém desvia bens do erário público.

“É preocupante a situação dada as carências que a Guiné-Bissau enfrenta na educação e saúde, acima de tudo, ver alguém a tomar do estado para levar a outro lado, é revoltante”, sublinhou Justino Sá.

Justino Sá aconselha, por outro lado, os servidores públicos a procurarem fazer boas coisas e sobretudo evitar tomar do estado porque, se não, a justiça poderá, um dia, funcionar no país.

“Procurem fazer boas coisas no exercício das nossas funções porque, quanto estão ao serviço do estado, não no seu nome e nem da família, isso requer fazer boas coisas e evitar tomar do estado”, aconselhou Sá.

Importa referir que as autoridades de investigações portuguesas não solicitaram a Guiné-Bissau, nomeadamente, a polícia Judiciária e o Ministério Público no processo que se encontra em segredo de justiça.Por. Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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