O Parlamento da Guiné-Bissau iniciou esta segunda-feira (29/06) a discussão do programa do Governo do primeiro-ministro, Nuno Nabian, em plena polémica, devido ao boicote pelo PAIGC, partido que venceu as últimas legislativas, mas cinco dos seus deputados desobedeceram às orientações do partido, permitindo a abertura da sessão com 55 deputados em 102.
Oficialmente o PAIGC, vencedor das últimas eleições legislativas, não participa na reunião ordinária do parlamento, por considerar que em "clima de terror" e em pleno estado de emergência sanitária, não estão reunidas as condições para a sessão, mas cinco dos seus deputados compareceram e acompanharam os trabalhos no hemiciclo.
São eles Braima Djaló, Mamadi Baldé, Leopoldo da Silva, Nene Cá e Saliu Embaló.
Juntando-se aos deputados das bancadas do Madem e PRS, os cinco deputados do PAIGC, mais um parlamentar do PND e outro da APU-PDGB, acabaram por permitir o quórum necessário para a abertura da sessão, proporcionando uma maioria, que agora se prepara para debater e aprovar o programa do Governo do primeiro-ministro, Nuno Nabian.
Nas hostes do PAIGC fala-se em traição ao líder do partido Domingos Simões Pereira, mas alguns dos deputados do partido que agora se alinharam na outra banda, dizem que não podiam seguir as orientações do partido, atendendo à situação de dificuldades que o país atravessa.
Um deputado disse mesmo que decidiu alinhar para não permitir que se volte a repetir o que se passou, em termos de bloqueio institucional, nos últimos cinco anos.
Seja como for, o bloco de partidos composto por Madem e PRS conta com a maioria de deputados do seu lado, maioria alcançada através de alguma engenharia política, por exemplo, a exoneração de cinco ministros, na noite de domingo (28/06) pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, para que pudessem assumir esta segunda-feira (29/06) os seus lugares de deputados no parlamento e garantir a maioria.
Feitas as contas 27 deputados do Madem, 21 do PRS, 5 do PAIGC, 1 da APU-PDGB e 1 do Partido da Nova Democracia totalizam 55 parlamentares, dos 102 deputados, que constituem a Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
O presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, deputado do PAIGC, está a dirigir a sessão, mas absteve-se na votação.
Com a colaboração de Mussá Baldé, correspondente em Bissau.
Conosaba/RFI
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