Bissau, 07 jan 2020 (Lusa) – O advogado dos suspeitos de tráfico de cerca de duas toneladas de cocaína para a Guiné-Bissau, Basílio Sanca, afirmou hoje que os seus clientes foram “vítimas de torturas” que os fez confessar “um crime que não cometeram”.
Basílio Sanca, que é também bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, disse ter “uma forte convicção”, e que pretende demonstrar ao tribunal, de que não existem elementos que possam provar que os suspeitos estiveram ligados à chamada “Operação Navarra”.
O Tribunal Regional de Bissau iniciou hoje o julgamento de 12 pessoas suspeitas de fazer entrar na Guiné-Bissau, no passado mês de setembro, 1.869 quilogramas de cocaína. Compareceram hoje na sala da audiência 10 dos 12 suspeitos.
Os dois outros elementos nunca foram capturados pela polícia guineense e foi emitido um mandado de captura internacional.
Advogado de defesa dos indiciados pelo Ministério Público de crimes de tráfico de droga, associação criminosa e branqueamento de capitais, Basílio Sanca entende que não vai ter dificuldades em desmontar as acusações.
“Foram submetidos a torturas fortes para confessarem crimes que não cometeram. Não existem elementos probatórios que estabelecem uma ligação dos suspeitos com a quantidade da droga apreendida”, afirmou o advogado.
Numa primeira fase, Basílio Sanca disse que vai tentar persuadir o tribunal sobre a inocência dos seus constituintes, demonstrando o que considera serem “vícios do processo”, frisou.
“A minha convicção é de que não existem provas para condenar os suspeitos”, observou Basílio Sanca.
O julgamento dos suspeitos da Operação Navarra, a maior apreensão da droga feita na Guiné-Bissau, acontece no dia em que a Função Pública inicia uma greve geral de três dias.
Conosaba/Lusa
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